Autoapresentação Rogério Luiz
Sou Rogério Luiz, ator, diretor teatral
e professor de teatro na Escola Parque da 210/211 Norte. Tenho 33 anos, sou
natural de Unaí, Minas Gerais, cidade onde cresci e comecei a fazer teatro. Em
2002 integrei o lá popularíssimo e católico Grupo Teatral Kírios, e tantas
vezes me apresentei no ano que passei por esse grupo, em missas, romarias,
quermesses, feiras e vias crucis, na cidade e seus arredores, distritos,
vilarejos, povoados, corruptelas e bibocas, que a cena se tornou uma questão
para mim. Desde aquela época, como ainda é hoje, a cena me indaga, me preocupa,
me encoraja, me atrai, me distrai, é um problema meu, é para mim um lugar, é
uma forma de perceber, enxergar e compreender, e isso tudo conduz meu trabalho
com a arte teatral, no teatro e na educação.
Ainda em 2002, participei do
"Luzes da Ribalta", um projeto da prefeitura de Unaí, que iniciava
com um curso de iniciação teatral em processo de montagem e terminava com um
festival de teatro (inclusive desde 2017 coordeno em Unaí um projeto com uma
estrutura parecida). Neste curso ajudei a fundar o Grupo Teatral Ob-Cervantes,
um grupo formado por adolescentes, o que deve explicar seu nome estranho, em
que eu participava mais das decisões daquilo que era criado, então pude pela
primeira vez compartilhar ideias de teatro que eu tinha, desenvolvê-las em
grupo e apresentá-las a um público. Com os Ob-Cervantes experimentei também
outras áreas da montagem teatral, como direção e a dramaturgia, claro que de
maneira muito simples e intuitiva, embora houvesse uma valorização do que
acreditávamos ser a técnica.
Depois de expulso do Kírios, por estar
mais interessado no teatro que no Deus católico, me dediquei profundamente ao
Ob-Cervantes, nele permaneci enquanto ele existiu, mas nos seus últimos anos passei
a colaborar à distância, pois em 2007 comecei a cursar Artes Cênicas –
Licenciatura, na Universidade de Brasília. Passei no vestibular pelo sistema de
cotas, julgo importante dizer.
Desde os primeiros anos de curso sentia
a necessidade de compartilhar o que aprendia na universidade com meu grupo de
teatro e com outros artistas da minha cidade. Quando passava férias em Unaí oferecia
oficinas e até mesmo montava espetáculos curtos. Assim, eu tinha a oportunidade
de rever o que me era apresentado pela Universidade e colocar tais
conhecimentos em diálogo com o meu povo. Nessas ocasiões refletia o teatro fora
de um grande centro urbano, exercitando a busca de soluções criativas para a falta
de recursos materiais para encenação, já que em Unaí não há edifícios teatrais
e poucas ações apoiam eventos culturais que não atendam interesses do
agronegócio e do comercio local.
Na UnB acredito que tenha me dedicado especialmente à interpretação teatral, mesmo quando estudava educação. No meu TCC, “A arte do Desencontro”, lamentava a distância que as aulas de teatro do ensino formal mantinham da arte teatral, pois pensava ser a prática do teatro a forma mais eficiente de ensinar teatro. Parece óbvio, mas não é, tanto que cometi vários equívocos que mudaram minha forma de pensar, contudo, sigo acreditando que é dever da educação formal oferecer algum tipo de experiência com a prática teatral.
Todas essas ações inspiraram o meu
projeto de pesquisa neste programa. Intitulado “Unaí Encena: processos
específicos de composição teatral para uma cidade interiorana”, meu projeto se
concentra na questão da criação teatral, na pesquisa de procedimentos,
inspirações e formas de se criar teatro em um contexto interiorano.
Contato: 61 8619-3604








Comentários
Postar um comentário