Exercício I - Estudo de Textos Acadêmicos - Fernanda Pimenta

 

TESE 1

OLENDZKI, Luciane de Campos. O trágico alegre e a afirmação da vida na poética do palhaço: exercícios de composições clownescas. Campinas, SP: Unicamp, 2019.

Resumo:
A pesquisa apresenta uma reflexão sobre a palhaçaria, com ênfase na linha poética do palhaço pessoal e teatral, partindo do entendimento filosófico do trágico dionisíaco, alegre e da afirmação da vida proposta por Friedrich Nietzche. Qualitativa e exploratória, a investigação desenvolve caráter interdisciplinar por convergirem em um único campo a palhaçaria e a filosofia. Para além da produção teórica, a autora, que também é palhaça, propõe um estudo empírico, realizando composições.

Palavras-chave:
Palhaço teatral; Poética clownesca; Trágico dionisíaco; Afirmação da vida; Estética da existência.

Problematização:
Como se aproximam a poética do palhaço e o pensamento do trágico alegre e da afirmação vital em Nietzsche? Como este entendimento poderiam potencializar concepções, práticas e modos de expressão da arte da arte da palhaçaria hoje?

Hipótese:
Em movimento de afirmação da vida, compreende-se que o palhaço pode afetar os sentidos da alegria trágica, pela habilidade de criação e por sua resistência a opressões e tragédias da existência. Sendo assim, utiliza-se do riso e das transformações de si em arte e vida, em fluxo de afirmação da vida. O público é afetado porque a arte da palhaçaria poderia ser ligada aos sentidos do trágico alegre nietzschiano, configurando-se em prática poético-estética de alegria e afirmação vitais.

Metodologia:
A investigação envolveu o aprofundamento de um estudo prático, onde foram criados experimentos cênicos nomeados de exercícios de composição clownesca, realizados com o intuito de tratar e explorar modos de expressão e composição próprios da palhaçaria, ganhando, assim, uma qualidade de pesquisa-ação, que, segundo Fonseca (2002, p. 34-35): “... pressupõe uma participação na ação planejada do pesquisador na situação problemática a ser investigada. (...) A reflexão sobre a prática implica em modificações no conhecimento do pesquisador.”

Divisão dos capítulos:
No capítulo um se apresenta o contexto e análise da poética do clown, segundo Lecoq, e do palhaço pessoal do Lume. Desenvolve-se a história e a tradição do palhaço, com o intuito de indicar as heranças fundantes desta linguagem. Ainda, esmiúça conceitos e métodos do palhaço próprio e pessoal no teatro, teorias praticadas pela École Internationale de Théâtre e pelo Lume Teatro.
O segundo capítulo desenvolve uma investigação e uma bibliografia sobre a filosofia do trágico em Nietzsche, especialmente o último trágico da alegria, do riso, da paródia e da afirmação da vida. Relata-se conceitos e ideias que norteiam a o pensamento trágico afirmativo e dionisíaco nietzschenianos.
O terceiro capítulo apresenta descrições e análises dos exercícios de composição da pesquisa, tratando sobre o tema da morte em contraponto com a produção do humor, a afirmação da vida e o trágico alegre na poética do palhaço.

Resultados:
Em “inconclusões” encontram-se pontos centrais da ótica trágico-alegre envolvendo a palhaçaria, conforme vivenciada em pesquisa, reafirmando o valor de uma perspectiva estética da existência, interdependente da criação da poética do palhaço, no cruzamento arte-vida.

Bibliografias:
A autora adotou como principais referências bibliográficas os autores Friedrich Niestzche, Miguel Barrenechea, Maria Cristina Ferraz, Rosana Suarez, Oswaldo Giacoia e Gilles Deleuze. Como referências complementares se utilizou das ideias de Antonin Artaud, Mário Fernando Bolognesi, Junito de Souza Brandão, Renato Ferracini, Kátia Maria Kasper, Fernando Pessoa, Ricardo Puccetti, William Shakespeare, Ermínia Silva, Ana Elvira Wuo, entre outros.

Tipos de referências:
45 artigos, 4 teses, 5 dissertações, 4 anais, 138 livros, 23 sites, 16 filmes.

Referências em outros idiomas:
6 em francês, 5 em espanhol e 1 em inglês.

Imagens: 69.


TESE 2

ROMANO, Lúcia Regina Vieira. De Quem É Esse Corpo? A Performatividade do Feminino no Teatro Contemporâneo. 659 p. Tese (Doutorado) - Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo / ECA-USP, São Paulo, 2009.

Resumo:
A pesquisa traça reflexões sobre a atuação das mulheres nas artes da cena, a partir de um recorte de gênero feminino, analisando conceitos, apontando necessidade de revisão de termos e observando o progresso do teatro feminista, em concomitância com a ideia de um teatro não binário.

Palavras-chave:
Teatro; Gênero feminino; Processos de Criação; Performatividade.

Problematização:
A investigação parte de questões sobre a presença das mulheres na cena atual, atentando-se também para seu papel na sociedade. Sendo assim, como a comunicação entre teatro e sociedade deixou de ser fundamental no tocante questão das mulheres? De que maneira as contextos históricos foram escancarados na criação das mulheres na cena? Podemos afirmar que essa criação vem potencializando mudanças no que diz respeito aos gêneros na sociedade?

Hipótese:
O estudo expõe maneiras de colocar na pauta da criação feminina evoluções na delimitação de conceitos principais e aqueles desgastados, como identidade e patriarcado. A dissonância de vozes femininas remete a dilemas em torno da tessitura da mulher e da essência feminina.

Metodologia:
Não há menção de uma metodologia seguida.

Divisão dos capítulos:
O capítulo I analisa ideias a respeito do corpo da mulher na cena. Reúne matérias da biologia, sociologia, antropologia, psicologia, história, filosofia e cultura.
No capítulo II podemos encontrar reflexões sobre o entrelaçamento entre criação artística e gênero. Estabelece pontos gerais, revê a problemática e busca parâmetros mais específicos para a reflexão. Discute a importância da diferença e da formulação da coletividade na criação. Os discursos de gênero no teatro são revistos.
O capítulo III reflete caminhos da criação contemporânea, analisando as motivações do feminismo e os entrelaçamento entre gênero e teatro. O teatro da mulher é constituído por estratégias múltiplas, que se expõem nos campos da dramaturgia, da crítica e da prática teatral. Essa parte do estudo define s necessárias mudanças para questões antes tocadas, que dizem respeito a um contexto nacional.
No capítulo IV visualiza-se tendências na produção de mulheres em cena. Assim, entende elementos que constroem a arte criada por elas. Sugere uma verticalização sobre a corporeidade e discute maneiras de análise do objeto multifacetado.
O Capítulo V foca no estudo de um processo criativo, com vistas a ampliar a discussão sobre os teatros femininos, por intermédio da reflexão sobre o corpo no teatro enquanto elemento vivo. Esse pensamento-corpo se define em três pontos: o corpo feminino, o aumento de complexidade desse corpo em condições criativas e o processo criativo entendido como uma construção de si.

Resultados:
A variedade criativa das mulheres não é passível de ser nomeada por um só conceito. Por outro lado, a não conceituação faz difícil a delimitação desse campo. Sua descrição depende de aspectos de variáveis poéticas.
Uma das propostas que este estudo aponta é a elaboração de imagens encarnadas, que tem a intenção de conceituar as várias performatividades de gênero emergentes na cena, assim como seu aspecto prático. Outra proposta seria uma reflexão sobre o aumento da conectividade do corpo, sugerindo que o teatro de mulheres de um tipo que convoca um corpo complexo, onde os processos biológicos, psicológicos, socioculturais e expressivos não podem ser separados.

Bibliografias:

A autora adotou como principais referências bibliográficas os autores Ana Lúcia Vieira de Andrade, Tânia Brandão, Sue-Ellen Case, Kimberlé Krenshaw, Jill Dolan, Teresa de Lauretis, Peggy Phelan, Cecília Almeida Salles, Peta Tait, Maria Thereza Vargas, Monique Wittig, e Virginia Woolf. Como referências complementares adotamos as ideias de Pierre Bourdieu, Judith Butler, Hélene Cixous, Ellin Diamond, Josette Féral, Julia Kristeva, Beth Néspoli, Patrice Pavis, Maria Cristina de Souza, Victor Turner, Julia Varley, entre outros.

Tipos de referências:
374 artigos, 3 teses, 2 dissertações, 1 monografia, 1 projeto de pesquisa, 3 anais, 198 livros, 4 entrevistas, 5 DVDs.

Referências em outros idiomas:
14 em francês, 5 em espanhol e 366 em inglês.

Imagens: 31.


TESE 3
TOURINHO, Ligia Losada. Dramaturgias do Corpo: protocolos de criação das Artes da Cena. Tese (Doutorado) - Campinas, SP: Unicamp, 2009.

Resumo:
A pesquisa analisa as dramaturgias da contemporaneidade, compreendendo suas novas perspectivas, as quais não a vinculam necessariamente a um texto dramático. Apresenta conceitos relativos às estruturas da composição cênica.

Palavras-chave:
Dramaturgias contemporâneas; dramaturgias do corpo; história do espetáculo; encenação; processos de criação.

Problematização:
A dramaturgia pertence ao teatro ou às artes da cena? Só há dramaturgia quando há texto? Só por meio do teatro dramático se cria dramaturgia? Como funciona a dramaturgia no teatro pós-dramático? Essas são algumas questões que permeiam a pesquisa.

Hipótese:
As questões apresentadas refletem sobre a compreensão de dramaturgia nos dias atuais, e quais atravessamentos e conceitos surgem dessas novas estruturas cênicas. Não se trata, porém, de negação ou exaltação do corpo ou do texto. Trata- se de dar contorno e condições de expressividade aos artistas de cada época e suas necessidades.

Metodologia:
O estudo evoluiu por meio de uma metodologia experimental qualitativa. Compreende a reflexão sobre conceitos provenientes do universo dramatúrgico, assim como dialoga com materiais levantados por meio de entrevistas e observação de espetáculos.

Divisão dos capítulos:
A tese é dividida em dois volumes. A primeira parte apresenta um panorama de pesquisas relacionadas a dramaturgia, e uma contextualização histórica sobre os termos que circundam esse universo. Destinada a refletir atuais visões de análise de espetáculos, sobre termos de dramaturgia como estratégias de criação e debate de novos termos. No Volume I, a autora divide a obra em: introdução, considerações sobre dramaturgia, retrospectiva histórica, a origem e desenvolvimento das artes cênicas, da dramaturgia e da encenação, protocolos de criação, alguns exemplos de protocolos de criação das artes da cena carioca e conclusão. O Volume II apresenta 14 entrevistas e um artigo.

Resultados:
Na contemporaneidade, o termo dramaturgia se refere a infinitas possibilidades de meios de criação e elaboração de obras cênicas, sendo possível encontrar várias definições. São modos de revisão de conceitos e maneiras de inspirar novas estratégias de construção de cena. A dramaturgia é entendida enquanto área de conhecimento, que diz respeito à arte de compor espetáculos.

Bibliografias:
A autora adotou como principais referências bibliográficas os autores Maurice Merleau-Ponty, Hans-Thies Lehmann, Alice Lang e Mikhail Bakhtin. Como referências complementares se utilizou das ideias de Renato Cohen, Patrice Pavis, Jean François Lyotard, Renata Pallottini, Marco de Marinis, Cibele Sastre, Nicolau Sevcenko, Peter Szondi, Zygmunt Bauman, Eugenio Barba, entre outros.

Tipos de referências:
7 artigos, 1 tese, 1 dissertação, 2 anais, 99 livros.

Referências em outros idiomas:
1 em francês, 2 em espanhol, 3 em italiano e 17 em inglês.

Imagens: 80. 


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