Exercício I – Estudos Acadêmicos. Maicom Souza

Exercício I – Estudos Acadêmicos

Maicom Souza e Silva

PPG – Metafísica

Metodologia de Pesquisa

        O filósofo Thiago Dantas (2018, p.161) estuda perspectivas descolonias provindo da epistemologia africana e africano-brasileira, um projeto de ressignificação de conceitos e produção de caminhos outros para pensar a filosofia brasileira. Dantas aponta que entre 1997 e 2017 houve no Brasil, nos programas de pesquisa acadêmica stricto senso, apenas seis trabalhos de mestrado que versavam sobre a diáspora negra no Brasil e filosofia africana. Portanto, para este exercício, dentre as dissertações que Dantas sinalizou, escolhi três trabalhos. A partir dessas dissertações vou analisar os seguintes tópicos: 1) Tema da pesquisa; 2) Abordagem metodológica; 3) Filósofos comuns, citados nos trabalhos; 4) Bibliografia comum a partir dos autores levantados no item anterior e; 5) Conceitos comuns apontados nas dissertações. Apresento um quadro com os tópicos pesquisados e em seguida uma incipiente descrição das abordagens.


DISSERTAÇÕES

 

TÍTULO

1 -

Baraperspectivismo contra Logocentrismo ou o Trágico no Prelúdio de uma Filosofia da Diáspora Africana.

2 -

De uma África sem História e Razão à Filosofia Africana.

 

3 -

Justiça como Ancestralidade: em torno de uma filosofia da educação brasileira.

AUTOR/A

Rodrigo de Almeida dos Santos.

Claudia Silva Lima.

Luiz Carlos Santos.

TEMA

Baraperspectivismo e as experiências metafísica do ritual yorùbá.

Relevância da filosofia africana e suas concepções centrais.

Dispositivos para pensar filosofia africana a partir da ancestralidade.

MET.

Revisão bibliográfica.

Pesquisa exploratória de caráter bibliográfico e documental.

Cartografia da Encruzilhada, levantamento bibliográfico e análise de ementa.

FILÓSOFOS (12)

Aristóteles; Frantz Fanon – Filosofia Africano-brasileira; Friedrich Nietzsche; Friedrich W. J. Schelling; Georg W. F. Hegel; Gilles Deleuze; Immanuel Kant; Kwame Anthony Appiah - Filosofia Africana; Michel Foucault; Paulin Hountondji - Filosofia Africana; Placide Tempels – “Filosofia Africana” e; Platão.

LIVRO

1 - Na casa de meu Pai - Kwame Anthony Appiah.

2 - Philosophy Bantu - Placide Tempels

CONCEITOS

 

Cosmovisão; Etnofilosofia; Eurocentrismo; Filosofia Bantu; Metafísica; Racismo.

 

Com base nesta tabela posso versar sobre diversas questões, mas vou me ater em citar autores e conceitos que não tinha acesso e considero pertinente para minha pesquisa de mestrado. Após as leituras das dissertações, conheci autores como Armijos Gonçalo Palácios, Emanuel Roque Soares, Wanderson Flor do Nascimento e Roberto Gomes que apresentam discursos filosóficos latinos/brasileiros, que se apetecem das nossas problemáticas territoriais como disparador de pensamento. Pensando o ato de filosofar a partir das perspectivas locais, da nossa construção histórica, social, política e territorial.

Sobre os autores africanos da etnofilosofia grande destaque para Placide Tempels, um padre que escreveu a Filosofia Bantu, uma epistemologia “africana” dentro de uma perspectiva equivocada, eurocêntrica e fetichista. Motivando a produção de alguns pensadores africanos que corroboram com as suas perspectivas, tais como Aléxis Kagamé (Ruanda), J. Kinyongo (R. D. do Congo), John Mbiti (Quenia) e W. E. Abraham (Gana), autores que pesquisaram a filosofia africana, mas conduziram sua epistemologia dentro do cristocentrimos, subjugando sua africanidade.

As literaturas de Tempels foi o estopim para que novos pesadores africanos pudessem desenvolver seus trabalhos, e assim, refutarem os equívocos trazidos pelo pensador, neste período surge os grandes expoentes da filosofia crítica africana do século XX como Kwame Anthony Appiah, Nkiru Nzegwu e Paulin Hountondji.

Com as leituras conheci outros autores que pensam a filosofia africana e africano-brasileira, ampliando meu campo de pesquisa. Questões conceituais da etnofilosofia me desconsertaram e fiquei impressionado com a gama de possibilidades para se trabalhar a partir do conceito de ancestralidade, raça, mito e corpo.

Os autores que trago em meu pré-projeto estudam estética, performance, as práticas performativas do povo negro-brasileiro, nos apresentam perspectivas sobre o processo de montagem, criação e encenação para a arte negra. Significativas discussões sobre a estética negra nas artes cênicas, tematizando o processo histórico do povo negro na diáspora, interseccionalizados com as religiões de matriz africana, antropologia, história, sociologia, entretanto, nestes escritos não é visibilizado o recorte filosófico.

Partindo da minha condição existencial, das questões que pesquiso na dança negro-brasileira cênica, posso trazer um aporte dentro da filosofia que versa sobre a estética negra na dança. Tendo em vista que pesquisarei a propedêutica do corpo-ação para definição de uma estética negra na dança afro-brasileira cênica.

Uma questão central nos autores sobre filosofia africana é a visão da inserção dos mitos como dispositivos de novos saberes e práticas filosófica. Retratam da importância de rever a mitologia africana e construir novas referências. Assim como a filosofia acidental possui filósofos como Nietzsche que se referência em signos míticos atrelado a Dionísio,  Camus e o mito de Sísifo, o Leviatã de Thomas Hobbes, as citações de Aristóteles em sua obra Poético sobre o mito de Édipo, a mitologia da caverna de Platão, epistemologias da tradição europeia que são apropriadas no ensino de filosofia no Brasil para compreensão de questões éticas, políticas, estéticas. E Esù?  Encontramos pensadores que apresentam a mitologia de Iara, Voduns, Caboclos e dos Òrìsà como signos míticos de produção de conhecimento filosófico?

A leitura das dissertações conseguira apresentar novas maneiras de abordagem que posso trazer na escrita de meu trabalho. Podemos recompor estéticas e restabelecer suas éticas. Potencializando e espraiando a cosmovisão africano-brasileira.

 Abordagem

Abaixo uma abordagem mais extensa das dissertações pesquisadas, citando todos atores/as que foram mencionados dentro do texto. Será possível notar um contingente elevado de pesquisadores apresentados em cada texto. Trago uma ilustração dos principais conceitos abordados em cada trabalho e descrevo brevemente sobre a proposta de pesquisa e abordagem metodológica.

 1 – Dissertação

Título: Baraperspectivismo contra Logocentrismo ou o Trágico no Prelúdio de uma Filosofia da Diáspora Africana.

Autor: Rodrigo de Almeida dos Santos.

Tema: Baraperspectivismo e as experiências metafísica do ritual yorùbá.

Filósofos e/ou autores citados (42 pensadores): Trazemos os autores que são citados por Santos (2014) dentro de sua dissertação, não necessariamente apontados em sua bibliografia. O autor apresenta em seu referencia bibliográficos literaturas de apoio que não fizeram parte da revisão de literaturas em sua dissertação.

Abdias do Nascimento; Agenor Miranda Rocha; Alexis Kagamé; Aristóteles; Baruch Spinoza; Darcy Ribeiro; Dimas Masolo; Duro Ladipo; E. Bolaji Idowu; E. H. Mends; Emmanuel Carneiro Leão; Frantz Fanon; Friedrich Nietzsche; Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling; Georg Wilhelm Friedrich Hegel; Gilles Deleuze; Heráclito; Immanuel Kant; Jacob Burckhardt; Jacques Derrida; John Mbiti; Juana Elbein dos Santos; Kabengele Munanga; Katia Muricy; Kofi Antubam; Kwame Anthony Appiah; Léopold Sédar Senghor; Lucien Lévy-Bruhl; Michel Foucault; Molefi Kete Asante; Muniz Sodré; Oswald de Andrade; Oswaldo Giacoia Júnior; Paulin Hountondji; Peter Szondi; Phillipe Lacoue-Labarthe; Placide Tempels; Platão; Reginaldo Prandi; Roger Bastide; Wole Soyinka; Zora Zeljan.

Conceitos (24 conceitos norteadores): Afrocentricidade; Ágrafa; Antropofagia; Asiwajú; Baraperspectivismo; Cosmovisão; Estética; Etnofilosofia; Eurocentrismo; Filosofia Africana; Filosofia Bantu; Filosofia do Trágico; Inveja do Colonizado; Kommos; Logocentrismo; Mentalidade Primitiva; Metafísica; Muntu; Negritude; Perspectivismo; Racismo Epistêmico; Situação Colonial; Tragédia; Univocidade.

Abordagem metodológica: Revisão bibliográfica.

Local: Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ em 2014.

Nota: Paulin Hountondji é o filósofo que aparece como grande aporte teórico do autor, devido sua contribuição sobre a etnofilosofia - literatura alienada -, trabalhando a conversão do nosso olhar sobre a epistemologia ocidental e os filósofos negros/as que produziram discursos para o público europeu, na pretensão de “validar” a filosofia africana. Na segunda parte da dissertação o filósofo Wole Soyinka ganha uma ênfase do autor devido suas contribuições na qual apresenta o ritual trágico yorùbá como princípio da metafísica yorùbá. A questão central da dissertação está na perspectiva de valorização do corpo enquanto sede de produção de conhecimento e na sua relação com o simbolismo dos òrìsà. Apresentando novas leituras sobre a metafísica africana e sua concepção de mundo que engloba o mundo dos ancestrais, o dos vivos e o dos não nascidos.

 

2 - Dissertação

Título: De uma África sem História e Razão à Filosofia Africana.

Autor: Claudia Silva Lima.

Tema: Relevância da filosofia africana e suas concepções centrais. Levantamento histórico sobre a estruturação da filosofia africana e suas implicações na contemporaneidade.

Filósofos e/ou autores citados (105 pensadores):

A. Ajayi; Aléxis Kagamé; Achille Mbembe; Adam Smith; Adelino Torres; Adilbênia; Freire Machado; Agostinho Soares; Alan Burns; Albert Adu Boahen; Alexandre Crummell; Ali Mazrui; Amadou-Mahtar M´Bow; Andreson Ribeiro Oliva; Aníbal Quijano; Aristóteles; Arthur de Gobineau; B. F. Eboussi; Beluce Ballucci; Bernard Matolino; Boaventura de Souza Santos; Carlos Manoel Dias Fernandes; Cesar Candiotto; Charles Darwin; Cheikh Anta Diop; Clóvis de Barros Filho; D. A Masolo; David Hume; Eduardo; Devés-Valdés; Edward Saind; Edward Wilmot Blyden; Emmanuel Chukwudi Eze; Emmanuel Lévinas; Immanuel Kant; Enrique Dussel; Erich Fromm; Euclide André Mance; F. Crahay; Franz Fanon; Friedrich Nietzsche; Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling; Georg Wilhelm Friedrich Hegel; Gilles Deleuze; Gislene Aparecida dos Santos; Gottfried Von Herder; H. H. Johnston; H. Odera ; Hannah Arendt; Heródoto; Hipócrates; James Africanus Horton; J. Kinyongo; James Johnson; Jean-Jacques Rousseau; Jhon Gray; Johann Gottlieb Fichte; John Mbiti; John T. Jabavu; José Carlos Reis; José F. Pereira; José P. Castiano; Joseph I. Omoregbe; Joseph Ki-Zerbo; Karl Marx; Kkolo Foé; Kwame Anthony Appiah; Kwasi Wiredu; Leila M. G. Leite Hernandez; Leonardo Boff; Lewis H. Gann; Lilia K. Moritz Schwarcz; M. Towa; Magobe; B. Ramose; Marc Bloch; Margery Perham; Marilena Chauí; Mário Aldighieri; Mário da Gama Kury; Martin Heidegger; Max Weber; Michel de Certeau; Michel Foucault; Montesquieu; Muryatan Santana Barbosa; Nkiru Nzegwu; O. Bodurin Kwasi Wired. Olive Schreiner; Olusegun Oladipo; Omar Ribeiro Thomas; Ovett Kodilinye Nwosimiri; Paulin Hountondji; Paulo A. Braga; Peter Duignan; Peter Fry; Pierre-David Boilat; Placide Tempels; Platão; Reinhart Koselleck; Robert Young; S. Adotevi; Sally Falk Moore; Samuel Crowter; Stephanus Jacobus Du Toit; Stuart Hall; Theodor Adorno; Tiyo Soga; Valentin Y. Mudimbe; Voltaire; W. E. Abraham; Walter Rubusana.

Conceitos (28 conceitos norteadores):

Alteridade; Auto-inscrição; Colonialismo; Conceitos; Contra-história; Cultura; Darwinismo social; Devir negro no mundo; Eidodiversidade; Etnocentrismo; Etnofilosofia; Eurocentrismo; Filosofia Bantu; Identidade; Insígnia de insulto; Justiça imanente; Metafísica da diferença; Negritude; Ontologia; Pan-africanismo; Política da assimilação; Raça; Racialismo; Racismo ; Teleológico; Tempo; Tragédia histórica Universalismo.

Abordagem metodológica: Pesquisa exploratória de caráter bibliográfico e documental.

Local: Universidade Federal do Maranhão – UFMA em 2017.

Nota: A autora apresenta uma reflexão acerca das representações de conhecimento na filosofia ocidental, problematizando e colocando em diálogo com a filosofia africana. Apresentando produções acadêmicas e debates no qual se debruçam os estudos africanos, trazendo as visões da filosofia ocidental e exemplificado a necessidade de pesquisar o pensamento africano e transcendermos o modo eurocêntrico de pesquisa. Ps.: Kant é um grande racista.

3 - Dissertação

Título: Justiça como Ancestralidade: em torno de uma filosofia da educação brasileira.

Autor: Luiz Carlos Santos.

Tema: Dispositivos para pensar filosofia africana a partir da ancestralidade.

Filósofos e/ou autores citados (83 pensadores):

Aimé Cesaire; Albert Camus; Alberto J. Caña; Alexis Kagamé; Amos Tutuola; Antônio Joaquim Severino; Aristóteles; Armijos Gonçalo Palácios; Arturo Andrés Roig; Carlos Moore; Cheikh Anta Diop; Chinua Achebe; Cristiane Fulgêncio; Daniel Pansarelli; David Hume; Demétrio Magnoli; Eboussi Boulaga; Édouard Glissant; Eduardo Oliveira; Edward Wilmot Blyden; Emanuel Roque Soares; Emmanuel Chukwudi Eze; Emmanuel Kant; Enrique Dussel; Euclides André Mance; Félix Guattari; Fernando Pessoa; Franz Fanon; Friedrich Nietzsche; Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling; Georg Wilhelm Friedrich Hegel; Gilles Deleuze; Gislene dos Santos; Hannah Arendt; Humberto Maturana; Italo Dultra; Ives Mudimbe; Ivone Freyre; Jacques Derrida; Jean Paul Sartre; John Rawls; José Gil; Júlia Kristeva; Kabengele Munanga; Karl Marx; Kierkegaard; Kwame Anthony Appiah; La Boétie; Lea Fagundes; Lévy Bruhl; Luis Washington Vita; Magode Ramose; Manthia Diawara; Marcien Towa; Marco Aurélio Luz; Marcos Chor Maio; Maria Antonieta Antonniace; Maria Stella de Azevedo Santos; Martin Heidegger; Michel Foucault; Milton Santos; Muniz Sodré; Nelson Maldonado Torres; Nilma Lino Gomes; Norval Cruz; Paul Ricoeur; Paulin Hountondji; Peter Fry; Plácide Tempels; Platão; René Descartes; Roberto Gomes; Roberto Macedo; Rodolfo Kusch; Ronilda Ribeiro; Severino Elias Ngoenha; Sueli Carneiro; Suely Rolnik; Thiago Oliveira; Thomas Hobbes; Valetin Yves Mudimbe; Vanda Machado; W. E. B. Du Bois; Wanderson Flor do Nascimento.

 Conceitos (38 conceitos norteadores):

Alteridade; Ancestralidade; Arquipélago; Continente; Continuum; Corpo; Corpos Sem Fronteiras; Cosmovisão; Crioulização; Cultura; Descolonização; Epistemicídio; Errância.

Ético-Estético; Etnofilosofia; Etnopesquisa; Eurocentrismo; Filosofia da Ancestralidade; Filosofia da Educação; Filosofia bantu; Filosofia do Colibri; Hermenêutica; Identidade; Mesmidade; Metafísica; Mito; Negritude; Ontologia; Opacidade; Pan-Africanismo; Pedagogia do Baobá; Práxis; Racismo; Relação; Saudade; Semiocídio Cultural; Sistema Mundo; Tempo Livre; Todo-Mundo.

Abordagem metodológica: Cartografia da Encruzilhada. Levantamento bibliográfico, análise de ementa e dos relatos em um seminário de educação.

Local: Universidade Federal da Bahia – UFBA em 2014.

Nota: Nesta dissertação tive aproximação com a metodologia cartográfica – não tinha conhecimento, sendo uma ferramenta metodológica que merece atenção para futuras pesquisa que posso realizar. A ancestralidade é um tema latente no texto, sua significação na relação entre corpo e mito, principalmente para (re) pensar o conceito de raça, que é um tema divergente na filosofia africana.

 Referencial

DANTAS, Luis Thiago Freire. Filosofia desse África: perspectivas descoloniais. Tese (Doutorado) – Centro de Ciências Humana e Artes, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2018.

SANTOS, Luis Carlos. Justiça como Ancestralidade: em torno de uma filosofia da educação no Brasil. 192 f. il. 2014. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2014.

SANTOS, Rodrigo de Almeida dos. Baraperspectivismo contra Logocentrismo ou o Trágico no Prelúdio de uma Filosofia da Diáspora Africana. Rio de Janeiro, 2014. Dissertação (Mestrado em Filosofia) – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.

SILVA, Claudia Lima. De uma África sem História e Razão à Filosofia Africana. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Maranhão, São Luiz, 2017.

 

 

 

 

  

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