Exercício I - Estudo de Textos Acadêmicos - Wily Oliveira
Dissertação 1.
Alisson Lacerda de Andrade
Dissertação
apresentada ao Programa de Pós Graduação em História da Universidade de
Brasília.
Tema: EXPERIÊNCIAS DE UMA CARNAVAL NÃO-ORGANIZADO: A
tradição de um bloco de sujos na Capital Federal. (1978 – 2009)
Palavras chave: Pacotão, Brasília, Carnaval, Humor, Riso,
História
Conceito pilar:
História cultural (Sandra Pesavento). Consiste numa perspectiva historiográfica
interdisciplinar, apoiada em um novo paradigma centrado na cultura.
Compreendendo cultura como uma rede de significados socialmente estabelecidos.
Objetivo:
Compreender as configurações e reconfigurações da experiência ao longo dos
trinta anos de trajetória do bloco Pacotão, representadas nas canções,
fantasias, faixas e narrativas orais.
Metodologia:
observação participante, coleta documental de fotografias, jornais, letras de
marchinhas e entrevistas.
Forma de
organização/distribuição das partes:
Capítulo 1 – O
autor apresenta o percurso metodológico percorrido no processo de constituição
do objeto de análise – Agremiação Armorial, Patafísica, Rusticana, o Pacotão.
Apresenta os caminhos trilhados rumo as fontes, documentos fotográficos,
entrevistas, matérias de jornais, entrevistas e letras de marchinhas que
representam o histórico e os fazeres do bloco de sujos.
Capítulo 2 – O
autor descreve o primeiro contato efetivo que com a folia feita pelo Pacotão.
Aponta as características da festa, os lugares que foram e que são
representadas. Neste capítulo está bastante presente o diálogo com o antropólogo
- Roberto Damata - para uma explicação aprofundada sobre as características do
bloco de sujos, sua origem e seu significado social. Há uma descrição da festa,
proveniente da observação participante do pesquisador:
- Os foliões (sujeitos) e seus assuntos.
- emoções e comportamentos
- história de outros carnavais que eram contadas pelos
festeiros.
Um dos aspectos que achei
interessante nesse capítulo é que o pesquisador nos conta que apenas conseguiu
definir bem os rumos da pesquisa, quando de fato vivenciou a festividade na
avenida. E narra que assim percebeu verdadeiras riquezas, ou, aspectos
potencialmente reveladores que envolviam a trivialidade presente na convivência
com a festa, nos diálogos entre foliões sobre os carnavais de outras datas –
lembranças que contribuíram muito para o seu estudo.
Capítulo 3 –
Nessa parte é feita uma análise histórica do bloco em relação ao cenário
político de transição da ditadura militar e da promessa de democracia para
entender as suas influência em relação as criações e expressões do bloco.
Mostra-se evidente a busca do pesquisador em sondar sentidos para esta
determinada prática social, através da análise das letras das marchinhas, das
personagens, das fotografias históricas e das entrevistas.
Os referenciais principais que entram em diálogo com essas
análises são – Michel Carteau e Izilda Matos – ambos historiadores, que trazem
uma reflexão sobre o significado simbólico da rua. Rua enquanto lugar de
normatização e acontecimento festivo.
Um aspecto que chamou bastante minha atenção, e certamente
irei incluí-lo em meus processos criativos com o bloco, é o sentido do riso,
gargalhada, derrisão, enquanto poder satírico de escárnio em relação ao sistema
político opressor.
Capítulo 4 – É
apresentado as novas facetas e reconfigurações da festa ao longo dos 31 anos de
existência do Pacotão.
Dissertação 2 –
Otávio Feio Castro.
Dissertação
apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do
Pará.
Tema:
Espetacularidade das Roupas de Caboca do Terreiro Estandarte Rei Sebastião,
Outeiro – Pará.
A pesquisa é fundamentada na Etnocenologia. A autora Buscou
compreender a espetacularidade das roupas utilizadas por mariinha, Mãe de Santo
e zeladora do terreiro, Estandarte de Rei Sebastião. Foi realizada análise das
Roupas utilizadas em época de festejos de cabocas de tambor de mina
Palavras Chave:
Roupa de Caboca, Espetacularidade, Tambor de Mina, Mito, Etnocenologia.
Capítulo 1.
Discorre sobre o percurso de como o tambor de mina se
estabelece em terras paraenses e apresenta junto com mariinha a história do
terreiro, de como chegou à beira da praia do amor, sua estrutura física,
funcionamento e organização.
Capítulo 2.
Relata sobre as vestimentas do panteão mineiro; em seguida
discorre a espeito das roupas utilizadas por Dona Herondina e Dona Maria Légua
e como seus mitos influenciam no que Mariinha (tia materna da pesquisadora)
veste nos dias de festa. Há uma reflexão sobre a dimensão espetacular, na
perspectiva da Etnocenologia, dessas roupas. Para aprofundar o conceito de espetacularidade – conceito utilizado ao longo de todos os capítulos – a autora dialoga com: Armindo Bião e
Miguel Santa Brígida, para entender em qual subgrupo das PCHEO – (Práticas e
Comportamentos Humanos Espetaculares Oganizados) essa expressão está inserida.
Metodologia: coleta
de narrativas da mãe de santo Mariinha, participação nos rituais públicos observação
da dança, comportamento, gestos, dominação do espaço, diálogos. Viver o
fenômeno pesquisado, a sensibilidade da escuta e da fala conjunta do
pesquisador e dos praticantes.
Anotação pessoal para
estudo: “O mito, como Etnocenologia não assume a “maldição do efêmero”
própria do teatro, porque sua encenação dura nas culturas”
Teóricos utilizados
para a descrição do tambor de mina: Anaíza Vergolino, Mundicarmo Ferretti,
Sérgio Ferretti e Taissa Tavernard de Luca
Conceitos: olhar
ontológico, conversão semiótica e sfumato propostos por Paes Loureiro, para
entender a dimensão espetacular das Roupas de Caboca no contexto de uso e
quando vistas individualmente.
Estudos de roupas sob
perspectiva compreensiva: roupa enquanto experiência estética (Preciosa);
roupa como portadora de memórias (Stalybrass); catalogação e o trabalho de vestuários (Benarush); Reflexões sobre o trabalho do figurinista e
conceitos de roupa, vestimenta, traje, vestuária, indumentária, traje de cena e
figurino (Abrantes Nery).
Dissertação. 3: Cláudia
Suely dos Santos Palheta
Dissertação
apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Arte da Universidade do
Pará.
Tema: Artes
carnavalescas: processos criativos de uma carnavalescas no Belém do Pará
A pesquisa trata-se das Artes carnavalescas – expressões
artísticas presentes nos ateliês e barracões das escolas de samba durante a
produção de um desfile carnavalesco, incluindo textos de sinopses de enredo,
letras de samba enredo, desenhos, fantasias e alegorias. Os Estudos foram
realizados a partir das ações da própria pesquisadora que participou como
carnavalesca em três escolas de samba do Pará.
Palavras chave:
carnaval, escola de samba, processos criativos.
Capítulo. 1
- Descrição do percurso – trajetos profissionais e de
envolvimento com o objeto de estudo.
- Descoberto do objeto durante a realização do curso.
-Realizou disciplinas e artigos (ensaio para a dissertação).
- O artigo ajudou a pesquisadora a encontrar o objeto: as
artes presentes na produção de um desfile de escola de samba – Artes
Carnavalescas.
Capítulo. 2
A autora descreve seus tempos de criança e seu envolvimento desde a infância com o terreiro – memórias. Para refletir sobre
memória a pesquisadora traz os seguintes referenciais teóricos: (PROUST), (ECO) e (DERDYK).
Enredo carnavalesco – primeira porta de entrada nas escolas
de samba – objeto principal do capítulo. Referências principais: LEITE,
GANCHO, AUGRUAS, FARIAS, MUSSA E SIMAS.
Seus próprios processos criativos são dialogados com
OSTRWER, DERDYK, SALLES, CALVINO, ECO E LOREIRO.
Capítulo. 3
Neste capítulo a autora valoriza o conceito de –
Circularidade Cultural (Bakhtin; Ginzburg) sobre as diversas trocas culturais
entre os sujeitos que frequentam e que movimentam as escolas de samba.
Circulação de ideias, valores e conhecimentos. Perceber os sujeitos e seus
diferentes lugares – sociais, culturais ou espaciais. A pesquisadora compreende
o Carnavalesco enquanto – Mediador cultural (Santos)
Anotações que
considero importante: Imagens do carnaval como inversão da ordem. (Bakhtin;
Burke) a busca em viver um ideal sonhado.
Luigi Pareyson, teoria da formatividade – defende que a
forma não pode ser vista sem a inclusão do “movimento de produção que lhe dá
nascimento”.
Capítulo. 4
Passeio teórico pelo processo de criação e produção do
carnaval de 2011 da associação carnavalesca bole-bole. Diálogo com os autores: Edgar
Morin, Luigi Pareyson e João Jesus Paes Loureiro – para discutir teorias de
complexidade, formatividade e conversão semiótica nos processo criativos e construtivos
- particulares e coletivos - do desfile.
Capítulo. 5
Presença física no barracão – a autora buscou seu
distanciamento enquanto artista/carnavalesca para perceber-se pesquisadora,
buscando perceber e refletir sobre seus fazeres artísticos e sobre os fazeres
dos demais artistas participantes do processo. Podemos perceber o diálogo com
referenciais teóricos para refletir o cotidiano e o extra-cotidiano (Maffesoli).
Neste capítulo está presente a análise de criação e produção
de texto em sinopse de enredo, fantasias, desenhos, adereços e alegorias.
Metodologia:
memória reelaborada na narrativa do tempo presente, coleta de documentos dos
processos criativos dos carnavais que a própria autora participou, entre 2005 e
2009, e pela averiguação inicial de estilos característicos de escola de samba
e carnavalesca nos carnavais de 2009 e 2010.
- auto etnografia e etnografia dos processos criativos
presentes no carnaval paraense.
- Auxílio de formulários, registros e interpretações da
realidade encontrada em campo.
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