Wily da Silva Oliveira (Wily Oliveira)
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Trajetória artística
Primeiramente devo a honra de explicitar que minha caminhada artística teve seu início nas calçadas da rua 19, em Cidade Ocidental - GO. Desde criança eu sentava na beira da calçada noturna, iluminada pela luz incandescente de um poste, junto ao Zé Carlos, homem negro, bem mais velho que eu, imensamente paciente em lidar com as minhas inquietudes e curiosidades de criança. Quando eu o ouvia/via tocando aquele instrumento estranho e fascinante, sentia-me ser possuído por um certo encantamento. Era raro ver alguém tocando violão pela cidade. Foi justamente a partir da calçada, palco da minha rua, e da minha expectação em relação ao Zé, que brotou na adolescência a força do querer tocar violão. A partir das trocas de saberes musicais na rua 19 e dos meus estudos individuais, consegui tocar as músicas que eu gostava e fui me descobrindo através da expressão musical, artista, músico, compositor e ator. Com a chegada de uma certa maturidade, marcada pelo meu olhar crítico em relação às ausências de espaços culturais e da valorização dos artistas locais do município, naveguei pelas ondas sonoras juntamente aos meus/minhas comparsas musicais, em busca de enfrentar a dura realidade periférica que estávamos/estamos inseridos, reivindicando políticas públicas e proporcionando espaços alternativos para apresentações de artistas em suas variadas produções artísticas. Nesse contexto surgiu o "Sarau da Quebrada", o coletivo "Arteia" e o bloco de carnaval de rua "Vai-Quem-Quer". Neste último atuo como organizador, compositor, percussionista, cantor e ator há 7 anos. Realizo pesquisas sobre essa manifestação expressiva desde a realização do meu TCC em 2018 no Departamento de Artes Cênicas da Universidade de Brasília - onde me graduei em Artes Cênicas - Licenciatura. Atualmente sou professor temporário da Secretaria de Educação do DF e faço parte grupo de Pesquisa em Etnocenologia - AFETO - Liderado pelo professor Graça Veloso, no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas.
Na minha pesquisa de TCC, realizei uma abordagem etnocenológica sobre o "Vai-Quem-Quer" buscando compreender minha trajetória enquanto sujeito ocidentalense; o contexto histórico do município (seus movimentos culturais e seus sujeitos), para refletir os aspectos pedagógicos e estéticos que incorporam essa manifestação expressiva contemporânea, bem como, analisar a compreensão dos participantes do bloco sobre seus próprios fazeres. Foi anexado ao trabalho diversas imagens, entrevistas e músicas que caracterizam os fazeres estéticos desse agrupamento.
6ª edição do bloco "Vai-Quem-Quer"
Projeto de pesquisa atual
A partir da pesquisa desenvolvida em Trabalho de Conclusão de
Curso (TCC) no Departamento de Artes Cênicas da UnB, sobre o bloco de carnaval
de rua “Vai-Quem-Quer”, proponho investigar o movimento
carnavalesco contemporâneo do Município de Cidade Ocidental – GO, na periferia
de Brasília - DF. Localidade que possui uma
importância histórica e cultural marcada tanto pela construção da Nova Capital
como pela existência do Quilombo Mesquita e suas tradições há mais de 200 anos,
oriundas do ciclo do ouro de Santa Luzia (atual Luziânia-GO).
Meu/nosso atual projeto lança mão da
Etnocenologia, nova área de saberes sobre a cena na contemporaneidade, que
estuda as Práticas e Comportamentos Humanos Espetaculares Organizados (PCHEO). O olhar dessa
nova disciplina possibilita diálogos com as pluralidades
epistemológicas, considerando primordialmente o reconhecimento da alteridade,
que abre caminhos em direção às aprendizagens plurais no pensar-fazer-ser,
entre diferentes sujeitos e identidades, presentes nas expressões culturais.
Essa abordagem demonstra a ruptura com os modelos etnocêntricos de pesquisas
que historicamente foram excludentes em seus campos e em suas construções epistêmicas.
O trabalho tem por objetivo compreender as diversas espetacularidades do bloco de carnaval
de rua “Vai-Quem-Quer” de Cidade Ocidental – GO, a partir da perspectiva
transdisciplinar da Etnocenologia em diálogo com as Relações Étnico-Raciais.
Essa proposta de pesquisa qualitativa se dará através da pesquisa-ação
participativa e cooperativa entre pesquisador e atores sociais, sujeitos da
pesquisa que irão constituir o determinado fenômeno espetacular.
Entendemos que as reflexões sobre raça, racismo, etnia e branquitude são fundamentais para
pensarmos coletivamente os desafios e oportunidades voltadas ao agrupamento, em
busca de compreendermos de maneira crítica e autocrítica as nossas relações
interpessoais, nossas aproximações interculturais com o Quilombo Mesquita, bem
como as produções artísticas do bloco que evidenciam o protagonismo negro na
luta coletiva e contra hegemônica. Isso poderá contribuir em nossas ações que visam
a transformação da realidade enfrentada por (nós) sujeitos periféricos,
fortalecendo de forma significativa o nosso movimento.
Surdão herdado da antiga escola de samba Unidos da Ocidental - década de 90
Adolescentes percussionistas do Vai-Quem-Quer - 2019
Apresentação da banda do bloco na feira coberta - 2019
Apresentação da banda do bloco na feira coberta - 2019
Noiva do Lago e Vovô Osório
Marchinha da Noiva do Lago
(Autores: Wily Oliveira, Zé Carlos, Dudu Guerreiro, Elvira Izídio, Bete Izídio, Robson Siqueira, Wesley Oliveira e Rodrigo Rodrigues)
A lenda diz que era uma moça bonita
Que estava prestes a se casar
Mas na entrada da igreja Santo Antônio
Com seu amado não pode encontrar
O automóvel Que levava a moça
caiu no lago e afundou
E agora ela que era noiva amada
Numa lenda urbana se transformou
Deu meia noite não vá passear no lago
Cuidado amigo ela procura um novo amado
Lago Jacob está mal assombrado
Pois lá pro fundo ela arrasta o felizardo
Link para escutar a marchinha: https://www.facebook.com/blocovqq/videos/350769652431801
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