Auto apresentação - Magno Assis

 

Auto apresentação de Magno Assis

 

Nome: Magno Geraldo Ribeiro de Assis

WZap: 55 61 99976-5634    email: magnoassis@gmail.commagno@unb.br        

 

Peço licença para tomar um pouco do seu tempo para externar esta auto-apresentação, biográfica, que estão mexendo com meus pensamentos, minhas anotações de mais de duas décadas, para encaminhamentos futuros. Quero deixar claro e avisar aos leitores que esta missiva é destinada ao próprio autor, mas provavelmente para você em algum momento.

O texto abaixo relata uma retrospectiva reflexiva, um pouco memorial descritivo, porém necessário para eu me entender, para me organizar e chegar a algum lugar, alguma conclusão, relembrar encontros e reencontros até talvez alcançar meu contexto atual, sistematizar meus pensamentos e registrar.  Esse texto propõem-se a descrever reflexivamente minha trajetória de vida manifestada pelo teatro, ciências sociais, artes visuais, música, sociedade e cidade. Então começo aqui a tecer esta trama por inter-caminhos.

Vamos lá...

Sou Magno Assis, filho de candangos vindo do nordeste brasileiro, gay estudante de escolas públicas desde a alfabetização, morador de periferia, graduado em Licenciatura em Educação Artística com habilitação em Artes Cênicas pelo Departamento de Artes Cênicas da UnB, 1999 e especialista em Gestão de Políticas Públicas de Cultura – UnB, 2008.

 Desde minha infância até a adolescência eu constatava um desejo de atuar em um mundo em que pudesse criar e expressar meus desejos e de todos ao meu redor, desde construir circo de brincadeira em escombros de construções, modificar ambientes, dar animação a objetos inanimados, constituir bandos juvenis e organizar eventos artísticos, ao meu modo de imitação da realidade de maneira lúdica, criativa e poética.  Estava implícito desde aquela época o meu desejo de ser um ator, ou um artista, e entender o mundo, contudo, as condições sociais e financeiras da época me direcionavam a outros caminhos que também contribuíram como facilitadores ao meu fazer artístico.

 Trabalhei em fábrica de cimento, banco privado, escritórios contábeis, locadora de veículos, guia de turismo e até como de secretário parlamentar da Câmara Federal, local de onde saí estimulado pelo sentimento de re-democracia do estado brasileiro e pelo impedimento do ex-presidente Collor, momento também em que fui um “cara pintada” atuante, apesar de na mesma época, prestar serviços no parlamento e para um deputado federal de partido de direita nos anos de 1989 a 1992. Em meio a esta profusão de fatos, procurava na arte um respiro, frequentando teatros, exposições e eventos artísticos em geral, na condição de espectador e consumidor de cultura.

Em 1992 comecei a fazer estudos de Opera com Asta Rose Alcaide, fundadora da Associação Ópera de Brasília que tinha como o objetivo de fortalecer e divulgar a produção de espetáculos na cidade, e a cantar no atual Projeto de Extensão - Coro Comunitário da UnB – integrando as mais de 300 vozes de membros da comunidade universitária e do Distrito Federal, este coral me possibilitou o encontro e o início da convivência no ambiente universitário ocorreu 1993.

Em meio aos infinitos cartazes, avisos, e anúncios nos murais do prédio do Minhocão da UnB, avistei um edital de concurso público para servidor público da Fundação Universidade de Brasília -UnB, e ouvindo as vozes do coro comunitário decidi prestar concurso público, passei em primeiro lugar e tomei posse como  público federal na Universidade de Brasília no primeiro semestre daquele ano.

Em março de 1993 assumi função de Técnico Administrativo que auxiliava no controle de vagas de docentes. Naquela época, os recursos analógicos administrativos eram intensos, quase uma fábrica burocrática com muitos papéis documentais de concursos públicos, para a contratação de diversas professoras e professores que iriam compor o novo quadro de docentes da UnB em decorrência da criação de cursos noturnos ocorridos em ocasião da expansão das universidades públicas brasileiras.

 Eram processos burocráticos, cheios de números e tabelas das quais eu dominava e agia mecanicamente com muita habilidade, todavia, haviam processos diferente dos demais. Tratava-se de papéis repletos de arte, imagens e poesias, projetos de educação e propostas de educação artística e de transformação pela arte educação... e eu me perdia no controle das vagas...e me atrapalhava com o teclado... e parava o serviço burocrático para mergulhar nas leituras dos textos e imagens daqueles processos cheios de folhas de papel e poéticas da educação. Ali eu tive a convicção de entrar numa escola de artes, e o curso de Artes Cênicas da UnB foi o meu foco.

Toda essa movimentação me impulsionava a caminhar paralelo aos estudos acadêmicos, tendo em vista que me dedicava ao trabalho enquanto servidor público no período diurno e nos intervalos para almoço ou em horário noturno, praticava com afinco e prazer essas atividades artístico/corporais, à luz do sol ou da lua do Campus Universitário Darcy Ribeiro, inconscientemente me preparando para assumir uma dupla função no ambiente universitário, foi quando avistei outro edital afixado nos murais do ICC, desta vez para vestibular específico para Artes.

No segundo semestre de 1994 decidi ingressar em um curso de graduação em Educação Artística, da UnB e entre as duas opções: Habilitação em Artes Cênicas ou Artes Visuais - que é outra paixão da minha vida - optei pela primeira atendendo a minha disponibilidade de corpo, mente e alma para embarcar na grande empreitada de minha vida que foi cursar Artes Cênicas na UnB.

Ingressei na primeira turma de graduação noturna da UnB em Licenciatura em Educação Artística/Habilitação em Artes Cênicas que se compunha para integrar as primeiras turmas de Licenciaturas noturnas do Instituto de Artes da UnB. Foram as primeiras oportunidades de acesso ao ensino público noturno de artes da UnB por outras camadas sociais constituída de pessoas com um perfil sócio-econômico que contribuíram para a diversidade estudantil universidade, composta por pouquíssimos alunos, uma pequena parcela que ingressou no vestibular do segundo semestre daquele ano de 1994.

Simultaneamente às atividades laborais e acadêmicas passei a me dedicar à prática de dança contemporânea com Andréa Horta, e contato improvisação com Giovani Aguiar, posteriormente com Camilo Vacalebre, artistas pioneiros de contato improvisação a em Brasília. Dançávamos muito, nas aulas, nas festas, nas cachoeiras com Luis Mendonça do Endança e enquanto participante de somaterapia proposto pelo escritor e terapeuta Roberto Freire, frequentava as festas anárquicas dos grupos praticantes e simpatizantes da técnica em Brasília.  Nos semestres seguintes participei de cursos comunitários de capoeira, dança de salão e técnicas circenses, este último com Luciano Astiko que apresentou um pouco do mundo do circo, ainda neste período em práticas de meditações dinâmicas orientadas pelo guru indiano Osho, e de yoga em períodos de Semana Universitária, em que a universidade propicia um contato mais aproximado entre a cidade e o campus.

Nos estudos acadêmicos as disciplinas de artes visuais ocuparam 25% do curso, fator que me proporcionou domínios do campo dessa área, com aulas de desenho, xilogravura, calcogravura e técnicas mistas em processos de artes visuais, com mestres e doutores artistas e docentes do Departamento de Artes Visuais do IdA.

Esta aproximação das Artes Visuais na academia estendeu-se na minha vida artística pessoal, de algum modo minhas experiências com o mundo, contextualizado ao momento histórico de minha vida, estava ao mesmo tempo empreendendo uma técnica e refletindo sobre determinada situação, objeto, ambiente e principalmente, dialogando com o ambiente, as pessoas e comportamentos humanos. Como resultado deste processo, passei integrei diversos coletivos das Artes Visuais integrando exposições com obras híbridas visuais/performáticas de minha autoria, ocorridas no Museu Nacional da República Honestino Guimarães em Brasília-DF, sob a curadoria de Wagner Barja, Espaço Piloto da UnB, Espaço Cultural Renato Russo 508 Sul, Galeria do Teatro Dulcina, Projeto Fora do Eixo DF e Festival Universo Paralello e Quadrienal de Praga.

E com essa inquietação interagia na academia e a interdisciplinaridade, e vivia um dos fundamentos do projeto da Universidade de Brasília - criado por Darcy Ribeiro e Anísio Teixeira - e que me estimularam enquanto membro de dois segmentos da comunidade universitária. A partir de então, participei de movimento sindical dos Técnicos administrativos da UnB, simultaneamente, organizava o reconhecimento institucional do Centro Acadêmico de Artes Cênicas com estudantes dos cursos de licenciaturas noturnas e de bacharelado do curso diurno e em unidade com outros estudantes de outras áreas de conhecimento da UnB interessados na prática teatral. A partir de então, iniciamos estudos espontâneos de protagonismo estudantil entre estudantes, em sua maioria dos cursos diurnos em interface com os cursos noturnos. Foi daí que surgiu a proposta de um teatro político e de ativação pela arte de rua por parte de um pequeno grupo de estudantes no ano de 1995.

A partir da estruturação do Centro Acadêmico de Artes Cênicas, nosso protagonismo estudantil se organizou colegiadamente inicialmente organizado por mim, Sheila Campos dentre outros estudantes, atuávamos em conjunto com os movimentos sindicalistas dos técnicos administrativos, docentes e discentes de outros cursos da UnB. Nossas atividades consistiam em treinamentos de ator e experimentos e performances de caráter elucidativo das questões que nos inquietavam, e estimulado pelas professoras e professores que também enquanto artistas atuavam no Departamento de Artes Cênicas, como Hugo Rodas, que em uma de suas criações “O Olho da Fechadura”, misturava público e artistas nos corredores acadêmicos do departamento na obra de Nelson Rodrigues, pelo qual participei intensamente como atuante cênico.

Nesta profusão de acontecimentos da década de 1996, participei do Seminário Performáticos, Performance & Sociedade, promovido pelo TRANSE – Núcleo Transdisciplinar de Estudos da Performance do CEAM  –  Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares coordenados pelo Sociólogo João  Gabriel L. C. Teixeira professor do Departamento de Sociologia em parceria com o Grupo Corpos Informáticos – Pesquisa em Linguagem Multimídia, pelo qual somaram-se vários grupos em sua maioria constituídos de sociólogos, artistas e pesquisadores que se debruçaram em mesas redondas, Workshops “Interartes” e apresentações de performances coletivas para a especulação e conceituação e na prática da performance como uma linguagem híbrida, apontada por Richard Schechner.

Foi a partir deste contato com grupos de trabalho, performances coletivas e individuais, de José Eduardo Garcia de Moraes, Hugo Rodas, Ciane Fernandes, Conrado Silva e outros artistas e pesquisadores de várias áreas que tive a proporcionou uma aproximação de fato com o conceito guarda chuvas da performance e que me impulsionou a promover e experimentar e pesquisar a linguagem da performance e sua amplitude de interações.

Outros encontros me proporcionaram a prática e a reflexão do fazer teatral, dentre eles o Encontro Mundial de Artes Cênicas, ocorrido na cidade de Belo Horizonte-MG  em 1997. O Encontro Mudança de Cena, realizado no Centro do Teatro do Oprimido – CTO/RIO, no  Rio de Janeiro-RJ, no qual fiquei  em contato com Augusto Boal e a equipe do CTO, presenciei de uma intensa mostra de Teatro do Oprimido, seguido de debates e treinamento do método,  a partir daí sistematizei uma proposta de ação, incluindo minha vivência com a comicidade, performance, teatro de rua, e intervenções performáticas de caráter político/pedagógico.

E foi a partir de um movimento de greve nacional das universidades, em defesa das universidades públicas gratuitas e de qualidade, que já se encontrava ameaçada no ano de 1996, que surgiu a ideia da interação com um teatro político de agitprop e de caráter estudantil, foi então que um pequeno grupo de estudantes se juntou e criamos o do Teatro de Guerrilha da UnB. Em nossos encontros em período de greve que durou aproximadamente seis meses, criamos, ensaiamos escrevemos coletivamente o “Espetáculo Mec Student Program – A farsa da privatização das universidades públicas”, o projeto foi reconhecido e aprovado  pelo Departamento de Artes Cênicas do Ida e o grupo se consolidou como atuante em diversas assembleias estudantis, encontros nacionais de estudantes de diversas áreas  na UnB e de outros estados brasileiros, assim como em assembleias de docentes e técnicos administrativos da universidade.

Estávamos imbuídos da prática teatral ativista, e dentre as técnicas de treinamento do ator, teorias na sala de aula, estudos e expressões artísticas experimentadas pelo grupo, decidimos por uma linguagem farsesca e de teatro de rua, iniciativa que atraiu a direção da atriz e professora do Departamento de Artes Cênicas Brígida Miranda e do Professor Jesus Vivas, o que possibilitou o início das nossas práticas dos domínios técnico-criativos do teatro, paralelo às disciplinas da graduação do Departamento com o objetivo de lutar contra a ignorância e apatia que é perpetuada na maioria das salas de aula, usando como “arma” o teatro que pode acontecer em qualquer espaço...cantina  escolares, praças e shoppings, ruas e becos, estacionamentos e espaços teratrais convencionais.

O texto dramatúrgico da peça ocorre num futuro onde não existem mais universidades públicas e gratuitas pelo fato de todas terem sido compradas por empresas que monopolizam a educação, restando como única opção de ensino superior o uso dos benefícios do Mec Student Program. A peça mostra um teleshopping onde, em analogia ao estilo de redes multinacionais, também se compra Ensino Superior. O espetáculo foi contemplado com dois editais da Secretaria de Estado de Economia Criativa do Distrito Federal, o primeiro em 1996 e o segundo em 2006, o espetáculo foi apresentado em pátios, cantinas e em auditórios de escolas da rede de ensino público do DF, seguido de debates sobre questões de ensino público, gratuito e de qualidade, durante os 10 anos de atuação, o grupo permaneceu sob minha direção e produção pelo qual participaram mais de 50 estudantes em centenas de apresentações em encontros nacionais de estudantes universitários, participou da história da Caravana da UNE (União Nacional dos Estudantes) sobre a reforma universitária, percorrendo mais de 20 estados brasileiros, integrou a programação oficial do Fórum Social Mundial – Porto Alegre 2005 em ativismo artístico em defesa da educação pública brasileira.

Atualmente este projeto “Teatro de Guerrilha” continua sua luta especialmente com a reincidência dos desmanches promovidos por sucessivos governantes. O projeto está estruturado como uma atuação instantânea e comunitária, que é acionada de acordo com a demanda de visibilidade e de luta em defesa das universidades públicas e encontra-se sob minha supervisão e direção.

A metodologia de atuação é mesma utilizada em sua origem, no qual o texto é atualizado coletivamente, por integrantes de qualquer área de conhecimento, atores ou não atores, membros da comunidade universitária e comunidade externa e que são apresentados em ocasiões de luta e ativismo em defesa do ensino público e de qualidade.

            As mais recentes atuações com o projeto ocorreram no Fórum Social Mundial em Salvador- BA em 2018, e em protestos nas assembleias de técnicos, docentes e discentes da UnB, diante dos novos ataques ao ensino público universitário do governo atual.

A partir desta experiência inicial do Teatro de Guerrilha, procurei um local dentro da Universidade para continuar a desenvolver o trabalho enquanto estudante e servidor público, que ocorreu em 1996, ano que iniciei meus trabalhos Diretoria de Esporte, Arte e Cultura ligada ao Decanato de Assuntos Comunitários da UnB. Nesta diretoria retomei o projeto interdisciplinar Quinta Cênica, desenvolvido na década de 1980, pelo professor Jesus Vivas que voltou, em edições temáticas, onde até cinco peças de cinco a dez minutos ocupavam o palco do Anfiteatro-9 do Instituto Central de Ciências do Campus Universitário Darcy Ribeiro na hora do almoço para a comunidade universitária que lotava as cadeiras do espaço.

O programa Quinta Cênica em formato de show de esquetes teatrais,  e eram concebidos, dirigidos e entremeados por esquetes temáticos roteirizados e interpretados pela equipe do Quinta Cênica, compostos inicialmente por mim, Cristiane Sobral, Lara Arce e Alexandre Canela, ex-alunas e aluno do Departamento de Artes Cênicas, produzimos 12 edições temáticas, promovendo a arte e cultura no campus no horário do almoço. Paralelo às edições do programa, criamos um acervo artístico sustentável repleto de figurinos, objetos para cena, cenografia, e materiais para arte, resultante de produções realizadas, e de doações de artistas simpatizantes do projeto e de instituições externas à universidade.

O Quinta Cênica perdurou até 1998 quando os estudantes que atuavam também enquanto produtores, dramaturgos, cenógrafos, atores e divulgadores do projeto concluíram seus cursos de graduação. O projeto original mensal foi extinto e resgatado no formato de equipe teatral: o Grupo Quinta Cênica. Nesta nova etapa apresentamos a peça teatral “Aluga-se” concebido para palco tipo italiano. A peça teatral de foi elaborada a partir da prática de criação de personagens a partir do cotidiano pessoal jovens estudantes de Bacharelado e Educação Artística, em laboratórios de criação de personagem na Sala Saltimbancos daquele Departamento, dirigido por Brígida Miranda e dramaturgia de Marcus Mota. O texto “Aluga-se” é parte integrante da publicação “A Trágica Virtude – 26 Exercícios não lineares para a cena”, 2012, de autoria de Marcus Mota.

O “Aluga-se” foi apresentado em diversos teatros da capital, em incontáveis apresentações e ensaios abertos no Anfiteatro-9 e em cidades do interior paulista. O espetáculo aborda com comicidade a convivência de estudantes recém-chegados à Brasília, fato que se assemelhava às condições reais e pessoais dos estudantes atuantes enquanto, atores, cenógrafos, figurinistas, maquiadores, iluminadores e produtores do espetáculo recém-chegados à universidade, vivenciando suas próprias experiências e dos colegas de curso, os protagonistas destas cenas foram eu, Suail Rodrigues, Letícia Rodrigues, Cláudia Moreira, Guto Viscardi, Marcelo Augusto e Cristiane Inácio estudantes de teatro que também se formaram e seguiram suas vidas profissionais.

A segunda experiência com o grupo, no qual adensaram mais integrantes do curso de Artes Cênicas foi uma peça teatral interativa “A viagem das correspondências e seus mensageiros”, escrita e roteirizada em co-autoria minha e de Brígida Miranda o grupo foi contratado pelo Museu dos Correios, sediado no Setor Comercial Sul de Brasília, para apresentações do espetáculo duas vezes na semana durante seis meses, destinado ao público de estudantes da rede pública de ensino do Distrito Federal e demais visitantes do Museu que percorriam o  seis andares enquanto presenciavam e interagiam com a  história das correspondências maneira lúdica e inusitada  no período roteirizado, que iam desde a carta de Pero Vaz de Caminha até a década de 1960, interpretados por Cláudia Moreira, Cristiane Moreira, Letícia Rodrigues,Guto Viscardi, Edinho Lopes e alunos de artes visuais que auxiliaram na adaptação cenográfica do Museu.

Em 1998 participei de uma conferência na Nova Zelândia promovida pelo ADSA - Australasian Drama Studies Associations com o espetáculo “A Bella Sônia e Outras Mortas” de autoria de Simone Reis, direção de Brígida Miranda e sob minha produção artística. O tema discutido na conferência tratava dos estudos da performance e do teatro, esta experiência me municiou de ideias e projetos e na volta ao Brasil realizamos a terceira e última produção daquele grupo de estudantes de artes.

A derradeira experiência com o grupo Quinta Cênica ocorreu em 1999, com o estudo para a encenação da peça teatral “Zona Contaminada” escrita por Caio Fernando Abreu sob minha direção e de Brígida Miranda. A encenação que segundo que segundo o autor “pode ser tanto uma comédia negra, modesta, ou um espetáculo alucinado” atendia nossas expectativas de uma montagem interdisciplinar/multimídia, ousamos em “correr riscos” nesta montagem cênica rompendo o convencional no teatro, antes de tudo, um processo de experimentação artística interdisciplinar. A peça inspirava-se nas profecias do fim do mundo, às vésperas da virada do milênio em uma zona contaminada.

Partimos então para prática, e paralelo às atividades acadêmicas e com pouquíssimos recursos, sustentabilidade e criatividade, utilizando-se do lixo tecnológico produzido no campus, construímos colaborativamente a custo zero, os figurinos e cenários e contamos com o apoio institucional da UnB, para viabilização de recursos tecnológicos e humanos o espetáculo,

O volume do acervo artístico cresceu sucessivamente a cada produção realizada pelo grupo, o que acarretou a equipe em pleitear um espaço destinado para a guarda do material denominamos carinhosamente de “Bat Caverna”, por ocuparmos e sermos despejados sucessivamente de duas salas onde não havia atividades acadêmicas e que de um semestre para outro, era priorizado pela administração da Universidade para destinação de aulas convencionais, fator que nos obrigava a procurar um novo espaço e reiniciar uma nova e exaustiva mudança inesperada, independente de nosso desejo de permanecer com o pequeno laboratório artístico Bat Caverna em meio aos laboratórios de química, física, biologia e outras áreas de conhecimento da universidade no Minhocão da UnB, impulsionando uma constante tensão e lutas em prol de nossa permanência no local.

Atualmente a Bat Caverna situa-se no ponto central do Instituto Central de Ciências, permanece como sendo um ambiente destinado a memória e a atividade artística que contém vestígios de armazenamento anteriores e atuais de figurinos e de materiais par a cena da teatralidade, bem como de matérias jornalísticas com críticas e manchetes de destaques da cena cultural da UnB, composto por fitas VHS, DVDs e fotografias digitalizadas e analógicas, constituindo um vasto material artístico da produção universitária, possibilitando o acesso e diálogo de todas as áreas de conhecimento da UnB que tenham como objetivo a reutilização de modo criativo e sustentável dos materiais ali preservados em práticas artísticas desenvolvidas em projetos acadêmicos.

O espaço encontra-se na atualidade em pleno funcionamento institucional no âmbito do Decanato de Assuntos Comunitários em parceria com professores e estudantes dos Departamentos de Museologia e Arquivologia da UnB para catalogação e digitalização de todo material preservado, no qual poderá ser esboçada a linha do tempo de 25 anos de história de arte e cultura no campus universitário de posse da Diretoria de Esporte, Arte e Cultura.

O projeto Zona Contaminada resultou em três sessões noturnas no qual o público de 800 pessoas distribuídas em 3 sessões noturnas foi conduzido desde a entrada do minhocão até a porta de serviço do Anfiteatro, e adentrando pela cenografia interativa e sensorial proporcionada pela ambientação e com  atuação performática dos jovens atores eram envolvidos pela música eletroacústica de mixada pelo professor Conrado Silva do Departamento de Música da UnB.  Esta experiência possibilitou mais uma interação entre a UnB e a sociedade brasiliense, abrindo as portas da universidade para o acesso a arte e a cultura, frutos de pesquisa e prática acadêmica. Mais uma vez, os estudantes concluíram seus cursos, o grupo foi desfeito.

Continuando meus inter-caminhos na universidade, que perpassaram por estudos e práticas do Teatro da Crueldade de Antonin Artaud (1996-1948) em montagem apresentada na mesma década no Anfiteatro-9 destinada ao público em geral da peça “Para acabar com o julgamento de Deus” sob direção do então estudante Carlos Fernirah e Raqueline Feitosa, e supervisão da professora Simone Reis, processo este que me possibilitou experimentar o conjunto de ideias propostas pelo ator, diretor poeta e teórico francês e que foi apresentado em uma única sessão, que precedida de quatro meses de experimentando ideias em coisas, possibilitou-me a busca pelo rompimento do convencional do teatro em um processo, antes de tudo por meio de um trabalho experimental acadêmico, orgânico e poético.

Ainda em 1999, apresentei meu trabalho de conclusão de curso, sob a orientação da professora Isabela Brochado. O projeto teve que como objetivo principal aplicar e refletir sobre a metodologia sistematizada por Augusto Boal, estabelecida em sua Poética do Oprimido concretizou a partir de uma chamada pública para uma oficina de teatro membros da comunidade universitária, sem experiência da prática teatral. Com o foco na prática teatral, a oficina possibilitou o fazer teatral para os participantes que foram desde jogos e exercícios até a montagem da peça de Teatro-fórum, escrita pelo próprio grupo.

A oficina parte integrante do trabalho escrito de monografia intitulada “Teatro Popular – uma experiência”,agregou servidores técnicos administrativos e docentes que passaram por um período de ensaios de três meses e teve como resultado final a escrita da peça de teatro-fórum “Chefe por um dia” na qual eu atuei como um curinga, termo designado por Augusto Boal para artistas com função pedagógica, praticantes, estudiosos e pesquisadores do seu método.

O espetáculo abordava de maneira cômica os conflitos interpessoais cotidianos, relacionados diretamente à manutenção do poder de chefias de departamentos da instituição em relação aos demais trabalhadores da educação, bem como os privilégios de determinados membros da comunidade em detrimento aos direito de outros esquecidos e discriminados. As cenas da peça compunham-se de diversas situações reais que foram demonstradas em uma ouvidoria fictícia onde ninguém era ouvido de fato, tratava-se de uma ouvidoria opressora. Cabia à plateia assumir a função de ouvidor e protagonizar o papel dos oprimidos na cena para encaminhamentos de soluções alternativas para o convívio harmônico da comunidade universitária em seu cotidiano de trabalho na universidade, estimulando a refletir sobre o passado, a transformar o presente e inventar o futuro, desafiando locais, e situações de opressão das duas classes trabalhadoras da Instituição.

 Posterior a minha graduação, a peça foi apresentada em assembleias deliberativas sindicais promovidas pelo Sindicato dos Trabalhadores da UnB – SINTFUB, no anfiteatro 09, no pátio da reitoria da UnB proporcionando a visibilidade para os conflitos interpessoais das classes trabalhadoras da UnB, estimulando e promovendo o debate e a solução de conflitos pré-existentes no convívio comunitário e finalmente, encerrando a temporada da peça fórum, o grupo foi convidado a participar do Primeiro Encontro Nacional do Teatro do Oprimido, realizado nas ruas da cidade de Santo André – SP, no qual representamos a região Centro-Oeste Brasileira, com este projeto concluí minha graduação em Educação Artística – Habilitação em Artes Cênicas e reforçou a minha atuação diante do ambiente universitário interdisciplinar que vivenciei durante a graduação, enquanto servidor público da área de cultura e estudante de Artes Cênicas pelos inter-caminhos enquanto servidor, produtor cultural, ator cômico performático e ativista cultural.

A proposta do Grupo de Teatro Popular da UnB foi amplamente divulgada pela rede mundial do Teatro do Oprimido pela revista “Metaxis” do Centro do Teatro do Oprimido – CTO Rio, fator que me possibilitou receber inúmeros convites para participação de brasileiros e estrangeiros interessados em integrar a pesquisa e da prática do método com o grupo, que por sua vez foi diluído por diversas motivações pessoais.

Dentre os incontáveis convites direcionados a mim em relação a pratica do Teatro do Oprimido se consolidou a partir de um convite da Organização Internacional do Trabalho-OIT , que emplacava uma campanha nacional do combate ao trabalho escravo e prostituição infantil,no qual atuei como curinga em um work shop destinado aos policiais rodoviários federais, que me proporcionou uma satisfação imensa em aplicar um método extremamente humano, aplicado aos policiais rodoviários com o propósito de sensibilizar, conscientizar e alertar os policiais rodoviários de todo o território nacional para uma causa preocupante na sociedade: a prostituição infantil e o trabalho escravo ainda presentes na contemporaneidade por meio da linguagem teatral. 

Nos anos seguintes, tive a oportunidade de mergulhar em práticas da arte da palhaçaria, a partir de um treinamento proposto por Denis Camargo para a criação de um palhaço contemporâneo ao estilo tradicional, com nariz vermelho, de indumentária e maquiagem ridiculamente extravagantes com o propósito de despertar o riso a partir de situações corriqueiras com a intenção de me enveredar em temáticas mais densas e questionadoras dos comportamentos humanos.

A partir de intensa prática de “saídas de encantamento” pensadas para ações cômicas interativas com as pessoas e os ambientes por vezes em coletividade com outros artistas palhaços e na maioria das vezes em atuação solo que criei o “meu”  palhaço: “Lalelilolu” que em suas peripécias e expressividade inspirada em na linguagem do cinema mudo e desenho animado já experimentados em treinamentos no período da peça “Aluga-se” circulava o campus universitário em saídas comunitárias, solitárias, muitas vezes de caráter funcional para atendimento de demandas institucionais ou experimentais com objetivo de promover o riso e a reflexão por fatos ou situações corriqueiras no âmbito da universidade e da cidade.

A comicidade proporcionada pela prática foram além do campus para projetos de arte e cultura e em festas eletrônicas, animações em de festas de familiares e tecendo histórias da vida particular e transformando-as em cena cômicas, que experimentei ao longo de quatro anos a prática dos fundamentos da linguagem da palhaçaria por meio do palhaço Lalelilolu.

Deste período resultaram em espetáculos em parceria com Manuela Castelo Branco e Denis Camargo, além de intervenções coletivas de palhaços que na época agiam como próprios empreendedores da palhaçaria na negociação com instituições públicas e privadas para apresentações. Em uma das ocasiões destas atuações coletivas, atuamos em uma campanha institucional bem humorada de recepção dos calouros da UnB, pelo qual tive a oportunidade de me apresentar e interagir com uma plateia composta por mais de 1000  novos estudantes  recém-chegados à universidade, onde de maneira cômica, apresentava campanhas anuais da reitoria em relação a deveres e direitos estudantis para os novos ingressantes da universidade.

Em junho de 2001  participei da Conferência anual da ADSA - Australasian Drama Studies Associations, na cidade de Melbourne na Australia, desta vez com o espetáculo “A Bella Sônia e Outras Mortas – Exorcício numero dois”, de autoria da professora e atriz Simone Reis, direção e atuação da professora e atriz Felícia Johansson e sob minha assistência e produção. Permaneci na Austrália por quatro meses, frequentei dois cursos de curta duração de práticas em circo contemporâneo e do método Suzuki de preparação de atores.

            Em outubro de 2000 de volta ao Brasil depois de quatro meses intensos naquele país, especialmente na cidade de Melbourne e em minhas andanças pela metrópole, presenciei o Fringe Festival em uma grande rua daquela cidade. O inverno proporcionava uma temperatura de 8 graus, uma grande ventania e ao mesmo tempo o sol brilhante e de vez em quando uma pequena garoa, fustigava as pessoas que se manifestavam espalhadas em um grande encontro de celebração. Barracas espalhadas nas ruas expunham comidas, roupas, músicas, artefatos de arte, de tecnologia, e performances. Havia também festas com músicas eletrônicas em vários espaços, até mesmo roda de capoeira e de samba e milho assado sendo vendido nas ruas, todo este cenário composto por arranha céus pós-modernos entre igrejas góticas e pessoas, muitas e de várias nacionalidades, reunidas num vai e vem frenético num grande encontro mix. Fiquei admirado com toda aquela diversidade cultural, multiplicidade de informações e acontecimentos simultâneos num país 14 horas à frente do Brasil.

Retornando à Universidade, e com a retomada das aulas, iniciaram-se também as atividades culturais. Instigado pela viagem e pelos acontecimentos que presenciei durante minha estada na Austrália, dei início a uma produção experimental em artes.  Em uma conversa aqui, outra acolá, articulando-se com alunos, artistas, professores e funcionários, resolvemos fazer um evento artístico de performances que permeasse um tema, que foi escolhido para a concepção das ações foi definido: Apocalipse, o que deu nome ao evento, que ocorreu em maio de 2001: “Apocalipse de Performances – 1º Episódio”, foram elaboradas 22 performances em torno do tema, o qual se envolveram aproximadamente 100 pessoas de diversas áreas de conhecimento da Universidade de Brasília, alunos e ex-alunos de Artes Cênicas, Artes Plásticas, Antropologia, Mecatrônica, Matemática dentre outros cursos, participaram também alguns artistas da cidade, para uma apresentação de duas horas de duração onde as ações se repetiam a cada cinco minutos, para um público estimado de 2000 pessoas. A edição “Apocalipse de Performances – Último Episódio” também ocorreu no mesmo ano, mês de setembro, ocasião em que outros artistas contribuíram para a mostra, que reuniu 32 performances artísticas também em dois dias de evento.

A empreitada ganhou credibilidade e um nome: Projeto Tubo de Ensaios, um espaço para experimentos artísticos Um tubo onde os artistas pudessem ensaiar e colocar em prática a arte e a Universidade foi palco para mais experimentos com o Projeto, ocorreu então em 2002 o “Gênesis de Performances”, em 2004 o “Êxodos de Performances”.

Em dezembro de 2005, o projeto migrou para outro ambiente, desta vez, o local escolhido foi a parte central de Brasília, mais especificamente o Centro Comercial CONIC, juntaram-se ao projeto mais estudantes de artes da Fundação Brasileira de Teatro - FBT e artistas da cidade para o evento “Híbridos – Tríade Gênesis, Êxodos e Apocalipse” que culminou em uma grande festa com mais de 11 DJ’s para um público de 1800 pessoas.

Participei durante um semestre de 2006, enquanto professor de teatro para uma turma da disciplina optativa da graduação do Departamento de Sociologia da UnB, Arte e Sociedade, que em parceria com o professor João Gabriel L. C. Teixeira. Como resultado prático final do curso, realizamos uma mostra final performática, no qual os estudantes apresentaram seus estudos teóricos da disciplina em formato de performances, em uma experiência pedagógica prática ocorrida simultaneamente no horário do almoço no Restaurante Universitário para os comensais presentes.  O evento teve o nome de “Artificações” é parte integrante do livro de autoria de João Gabriel L.C. Teixeira “Teatro, Performance e Pedagogia Dionisíaca”  Editora UnB,2014.

Em 2006 o projeto Tubo de Ensaios retornou ao Campus Universitário Darcy Ribeiro com o tema “Casa”, substantivo que deu nome a esta edição de performancesEm 2007, “Inquietações”, o Tubo trouxe 700 pessoas e mais todos os que passavam pelo minhocão – ICC Sul – da UnB. Neste mesmo ano participei pela primeira vez do “Encuentro Hemisférico de Performance & Política- Formaciones de raza, clase y genero”, promovido pela Universidade de Nova York, ocorrido na cidade de Buenos Aires na Argentina, ocasião em que fiz uma comunicação em grupo de trabalho da conferência sobre os trabalhos do Tubo de Ensaios.

No ano de 2008, participei de uma edição do SESC Esquete Show promovido pelo SESC com uma esquete cômica preparada a partir de um repertório próprio de experiências com comicidade, cinema mudo, e técnicas de palhaçaria, a esquete foi apresentada para o júri e público presente no Teatro Paulo Autran em Taguatinga-DF e foi premiada  em primeiro lugar.  

A partir deste impulso inicial com a premiação e reconhecimento do empreendimento de uma carreira solo, dei início a pesquisas e saídas interativas com o então recém-criado e nomeado personagem Reivax X que tinha um modo de atuação no cotidiano, de caráter funcional, divertido para mim e para quem visse, de ações práticos, irreverentes, sutis e cômico, então desenvolvi uma carreira artística solo paralela ao meu trabalho de produtor e agitador cultural que se manifestava desde 1998 com o personagem Fúvio do espetáculo Aluga-se, posteriormente com o Palhaço Lalelilolu e finalmente com Reivax X.

Em 2009 tivemos “Só Risos”, edição do Tubo de Ensaios ocorrida num final de semana, composta por muitos palhaços performativos para um público de oitocentas pessoas no 1º dia e também oitocentas no 2º.  Neste ano participei do “Encuentro Hemisférico de Performance & Política – Entradas Y Salidas de lós Derchos Culturares” realizado na Universidade Nacional de Colombia, sede Bogotá  ocasião em que fiz algumas saídas à deriva com o personagem Reivax X.

Ao retornar para Brasília prossegui minhas intervenções e saídas com o personagem Reivax X.,  e a participar de acontecimentos cotidianos, transfigurado de personagem, como fazer compras em shopping, ou ir ao alfaiate testar o figurino e ir embora vestido com o figurino, frequentar exposições e peças de teatro caracterizado de e agindo como personagem, experimentando situações do cotidiano e registrando em minhas anotações, em fotos, vídeos e depoimentos.

Após vários experimentos e junção de intervenções performáticas com o personagem, constituí uma dramaturgia de um espetáculo inspirado em movimentação de cinema mudo, cartoon, situações cotidianas coletivas e sentimentos pessoais que constituíram o espetáculo: “Reivax X em: uma comédia cotidiana de amor muda”, roteirizada dramaturgicamente a partir de minhas experiências de vida. A peça foi contemplada com um prêmio de montagem pelo Fundo de Apoio a Cultura –FAC/DF e foi apresentada em temporada de final de semana durante um mês no Teatro Casa d’Itália de Brasília-DF e posteriormente encenado em feiras públicas do Distrito Federal e em aparições performáticas em diversas atuações e intervenções nas mais diversas localizações e situações, desde uma aldeia na região norte do Brasil até uma exposição na Bienal de Artes em São Paulo, festival Universo Paralello de Música  no sul da Bahia ou como personagem em filmes para cinema.

No ano de 2010 participei como artista selecionado do Encuentro Hemisférico de Performance e Política que teve como tema “A Cidade/Corpo/Ação: a Política das Paixões nas Américas”,na cidade de São Paulo-SP. Na ocasião do encontro apresentei o espetáculo criado para teatro italiano em praça pública - Praça Roosevelt - no centro movimentado daquela capital para o público transeunte em meio a outras performances simultâneas em mostra coletiva na praça. Durante os outros dias do Encuentro apresentei o espetáculo “Reivax X em: uma comédia cotidiana de amor muda” fragmentado em quatro episódios, distribuídos em quatro noites consecutivas no Cabaré Noturno do Encuentro.

A partir dos experimentos com o personagem Reivax durante o Encuentro do Instituto Hemisférico na cidade de São Paulo, adaptei o espetáculo para uma linguagem de rua e a proposta de circulação do espetáculo “Reivax X. em: uma comédia cotidiana de amor muda” foi adaptada para apresentações nas estações de metrô de Brasília. O projeto foi contemplado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura –FAC-DF e circulei em uma temporada de apresentações por todas estações de metrô do Distrito Federal, como um passageiro comum que  entre uma viagem de uma estação para outra montava o cenário cenicamente e apresentava o espetáculo solo de 45 minutos nos ambientes das estações numa temporada que durou três meses.

No mesmo ano fui convidado para participar como protagonista de um curta-metragem sob a direção da cineasta Adriana de Andrade. O curta de ficção baseado em fatos reais “Bibinha, a luta continua” curta de 19 minutos, 2010, retrata 24 horas da vida de um produtor cultural de cinema, soropositivo  da década de 80, Cleber Ribeiro. O filme foi selecionado para a 45ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e foi veiculado em diversos canais de TV, ganhou prêmios e é uma obra que trata de ativismo e direitos LGBT.

Em 2010, em comemoração ao cinquentenário de Brasília - que teve sua programação cultural afetada pelo impedimento do governador da época - e em decorrência dos 10 anos de existência do projeto, o Tubo de Ensaios prestou sua homenagem para a capital com e a edição anual do projeto, foi realizada o “Brasílias”, para esta edição, foram apresentadas 8 grupos de performances, constituídos a partir de oficinas de multiplicação de metodologias artísticas oferecidos por coletivos de artes cênicas, em sua maioria constituídos por ex-alunos da UnB. As performances foram apresentadas também no minhocão da UnB e contou com um público de 1000 pessoas.

No ano de 2011 o Tubo expandiu a área de atuação para outras universidades, tornando-se desta maneira uma proposta nacional, foi a edição Fronteiras, a qual trouxe para o minhocão 44 performances com a participação de estudantes de artes de diversas instituições de ensino superior de vários estados brasileiros. No mesmo ano um grupo de estudantes de várias áreas de graduação, coordenados pela professora Sônia Paiva viajaram para a Quadrienal de Praga com apoio institucional da UnB e quando do retorno desta viagem, parte do que foi exposto na referida quadrienal foi aplicado durante a semana preparatória o que resultou da viabilização prática de cenografia interativa para ao evento bem como de palestras com trocas de experiências do que foi exposto durante a Quadrienal na República Tcheka.

Em 2012 o projeto Tubo de Ensaios agregou propostas internacionais de grupos folclóricos do Equador e da Venezuela, foram 22 performances enveredadas pelo tema Latinidades e contou com a participação de estudantes e artistas de Brasília, de outros estados brasileiros e de dois grupos latinos e foi projeto integrante do FLAAC 2012 - Festival Latino Americano e Africano de Arte e Cultura pelo qual fiz parte do Comitê organizador da UnB no mesmo festival, fui coordenador do FINCA de todos os tempos -  edição especial do Festival Interno de Música Candanga  da UnB, sob minha gestão enquanto coordenador de Arte e Cultura do Decanato de Assuntos Comunitários da UnB, cargo que assumi de 2008 à 2016 em múltiplas funções  de fomento e coordenação de atividades culturais (gestão de espaços culturais, fomento aos corais comunitários, mostras de filmes em cinemateca comunitária e apoio grupos artísticos e ao protagonismo estudantil na atuação acadêmica e  profissional na área de produção cultural.

Neste período concluí uma Especialização em Gestão de Políticas Públicas de Políticas de Cultura, oferecida pelo departamento de sociologia da UnB, fator que possibilitou a prosseguir meu trabalho de gestor cultural. Atuei na Diretoria de Esporte, Arte e Cultura do Decanato de Assuntos Comunitários com uma equipe que se renovava a cada semestre e por onde passaram mais de 30 estagiários em treinamentos práticos na área de produção de arte e cultura de diversas áreas de formação, entre artes cênicas, artes visuais, filosofia, comunicação, jornalismo da Universidade e que eram supervisionados por mim.

Em 2013, partimos para a realização da 12ª edição anual do Tubo de Ensaios, denominada “Oriente-se”, impulsionados pela história da época dos movimentos “Vamos á rua” e amparado pelo conceito ampliado da palavra ‘oriente’ significando a ideia de se tomar uma direção ou uma perspectiva existencial mais amplas o Tubo de Ensaios. Elaboramos e lançamos a primeira revista do projeto que levou o nome da edição, “Oriente-se” e com todas as edições anteriores, foi precedida de mostra coletiva e reflexiva que foram publicadas em formato de artigos pelos estudantes protagonistas das performances apresentadas em horário diurno e simultaneamente no Instituto Central de Ciências entre salas de aula, corredores, pessoas caminhando para almoçar e centros acadêmicos cheios de sons, cheiros e situações corriqueiras.

Tendo em vista a direção do evento performático sob minha orientação e coordenação estético/administrativa para ocupação artística de um espaço comum de aulas, tive a oportunidade de interagir enquanto personagem Reivax para manutenção da pontualidade de início e fim de cada evento de performance.

A metodologia que desde a primeira mostra do projeto Tubo de Ensaios que consiste na  repetição das performances a cada 5 minutos propiciava a apreciação por todos da audiência de todas as obras. Essa estratégia foi usada para que a encenação tivesse um início e fim equalizados com todos, daí a necessidade de interferência de um elemento externo para sinalizar o início e fim das ações, normalmente com música eletroacústica e ações performativas, neste caso com o Reivax, atuando enquanto performer e administrador do evento de performance agia no intuído utilizar-se da comicidade para orientação do elenco na ação performática coletiva

            Em 2015 em ocasião da 13ª edição do projeto, o Tubo de Ensaios, realizou a edição “Des-centralize” que teve como objetivo principal promover a descentralização da atuação do projeto que ocupava anualmente as áreas comuns do Minhocão para uma turnê performática dramaturgicamente elaborada para ocupar os espaços de todos os campi da Universidade de Brasília, em Planaltina, Asa Norte, Ceilândia e Gama. O grupo foi notoriamente recebido pela comunidade daquela faculdade, assim como no campus Darcy Ribeiro, contudo, o mesmo sentimento não ocorreu no campus da Ceilândia e do Gama, não houve diálogo tão pouco aceitação de nossa presença enquanto projeto institucional de artes, no qual fomos convidados a encerrar as performances simultâneas e nos retirarmos imediatamente do campus universitário, sob ameaça policial, fato que repercutiu amplamente até chegar ao Conselho Universitário. Mas esse não foi o primeiro nem o último fato incômodo com as artes e a sociedade por meio do projeto, neste sentido estávamos nas ações performativas exatamente para questionar determinados padrões e comportamentos por meio da arte.

A turnê foi interrompida na metade do caminho, mas a trajetória do projeto não encerrou por aí, e em 2016, enquanto propunha minha saída da gestão de arte e cultura da UnB, realizamos uma edição revisitada do Apocalipse de Performances. Por meio da divulgação e dos sucessivos lançamentos da revista da revista “Oriente-se” na Faculdade Dulcina de Morais, no Campus Universitário Darcy Ribeiro e Instituto Federal de Brasília, e tinha como objetivo promover mais uma semana preparatória inter-instituições com palestras, mostras de vídeo, mesas de conversa e debates acerca da linguagem da performance.

Dos encontros preparatórios, ocorridos em diversos ambientes da Faculdade Dulcina de Moraes e do Campus Darcy Ribeiro, constituiu-se a 14ª mostra do projeto intitulada “Pós-Apocalipse de Performances” na Faculdade Dulcina de Morais, incluindo teatro, camarins, corredores, galeria, corredores e subsolos do prédio do CONIC, que foram preenchidos de performances, música eletroacústica e seguida de uma festa que arrecadou alimentos de um público estimado de 1500 pessoas que interagiram com as obras performáticas e apreciaram uma festa com DJs convidados até o amanhecer do dia seguinte.

A partir deste ano, o projeto foi incluído como de extensão e em 2015 a edição de numero 15 ocorreu no Setor Comercial Sul de Brasília, intitulada de “Tuburbano”, na Casa da América Latina, sob a coordenação de uma nova equipe. Eu já havia deixado a gestão de arte e cultura da Diretoria de Esporte, Arte e Cultura e migrado para a Diretoria da Diversidade do mesmo Decanato de Assuntos Comunitários para desenvolvimento de projeto prático de teatro para a comunidade universitária. Participei como ator da ópera de rua "Olympia ou Sujadevez", da ópera infantil "A Borboleta Azul e da  Sinfonia dos Direitos , de autoria do Maestro Jorge Antunes nos anos de 2015 e 2016.

Na área de audiovisual, atuei no “Programa Grande Circular” atuando enquanto apresentador âncora cômico do programa de entrevistas de arte e cultura com o personagem Reivax X. Foram realizados programas de entrevistas entremeados de ações cômicas e discurso crítico com o personagem que dividia o programa com uma apresentadora convencional, a atriz brasiliense Maria Garcia. O programa teve um percurso de 3 anos e foi contemplado  no seu último ano de atuação com recursos do Fundo de Apoio à cultura e contou em edição especial de 06 programas a história dos candangos nas localidades históricas e culturais da fundação da capital, com  intensa participação de cenas cômicas gravadas cinematograficamente para o programa de entrevistas do personagem Reivax em situações cotidianas na capital.

Atualmente, o espetáculo “Reivax X em: uma comédia cotidiana de amor muda, foi contemplada com mais um prêmio de circulação pelo Fundo de Apoio à Cultura para execução de circulação em praças e feiras públicas na região Centro-Oeste Brasileira, para as cidades de Buritis-MG, São Jorge-GO e Cruzeiro Novo –DF, o qual pretendo me debruçar na pesquisa teórico/prática estruturada a partir de pensamentos filosóficos, sociais, políticos e estéticos.

Paralelo a minha carreia artística em minha atuação na Diretoria da Diversidade da UnB, desenvolvo projetos comunitários de ação contínua para a comunidade universitária com oficinas permanentes de teatro, utilizando do método do de Teatro do Oprimido e da prática corporal para interações performáticas como teatro imagem, teatro-fórum, performance e a arte em geral como ferramenta de transformação social em todos os sentidos, por meio de oficinas práticas permanentes semestrais em parceria com equipe multidisciplinar do Centro Avançado de Estudos Multidisciplinares – CEAM, Faculdade de Comunicação da UnB, composta de pesquisadores, psicólogos, assistentes sociais, ativistas e grupos comunitários da a UnB e de redes de proteção aos direitos humanos, parceiras  com Escuta Diversa do CEAM-UnB.

No ano de 2017, fui convidado pela administração superior da UnB a participar da Aula Magna destinada aos calouros ingressantes do segundo semestre. A aula em formato de arena, foi a partir de depoimento de um servidor docente , uma ex-aluna e um servidor técnico administrativo, neste caso eu,que relatam suas experiências pessoais e profissionais a partir de inspiração pela UnB, no ano seguinte fui homenageado com o título "Prata da Casa da UnB" destinado aos servidores docentes e técnicos que dedicaram 25 anos de carreira à instituição.

Ainda em 2017 cursei enquanto aluno especial a Disciplina O Direito Achado na Rua com o professor José Geraldo de Sousa Júnior da Faculdade de Direito da UnB, abriu-se um vasto campo de atuação com o teatro como ferramenta para aplicação e formulação de projetos de sociedade a partir do protagonismo humanista salientado por Roberto Lyra Filho (1982), como resultado da disciplina apliquei a metodologia do Teatro do Oprimido na busca de soluções a nível de direitos humanos e apresentamos um sarau coletivo com todos os alunos, no qual a atuação de Reivax X se deu de forma a integrar os demais estudantes da pós-graduação na referida mostra final de curso com a apresentação do espetáculo nos corredores da Faculdade de Direito da UnB envolvendo a arte como ferramenta de emancipação popular e de constituição de direitos humanos.

Esta experiência possível de ampliação dos espaços de emancipação me abriu novas perspectivas de atuação enquanto artista e a partir daí somei conhecimentos ao meu trabalho junto aos coletivos LGBT, de mulheres, indígenas e negros, comunidade que é atendida por esta Diretoria da Diversidade é estimulada e apoiada nos eventos de visibilidade e neste sentido também apoia e fomenta a realização de eventos para esta comunidade anualmente com a realização de Paradas LGBTI+ no campus, Semana de Visibilidade Trans, Semana da Consciência Negra e de eventos e projetos ligados aos coletivos feministas da UnB e interfaces com coletivos e a cidade.

Desde o término da minha graduação que busco atualizações e caminhos para atuação enquanto artista, arte educador e ser social, dentre ele, várias disciplinas me atualizaram e me fortaleceram enquanto pesquisador. Cursei disciplinas da época em que o mestrado da UnB era amplo o denominado Mestrado em Artes com Roberta Matsumoto e Fernando Villar, respectivamente em 2003 e 2006. E Foi no ano de 2018 na disciplina de pós-graduação do PPGCEN como professor Paulo Petronilio que comecei a estruturar um caminho de pesquisa por meio do personagem Reivax X.

Numa provável hipótese de relacionar o teatro com o mundo, provocar uma alegria revolucionária, criar fissuras nos discursos, e apoiar-se na prática cotidiana Reivax X abre caminhos, trilha sentimentos, segue à deriva e permanece excêntrico. É o que move meus pensamentos, quando observo o outro, ou quando estou numa situação corriqueira, que aciona as minhas memórias afetivas e proporciona o contato das minhas emoções e as emoções do outro, seja uma criança, jovem, adulto ou idoso, de qualquer lugar ou situação,  de encontros ou despedidas, com algo novo, ou algo totalmente conhecido e velho, com o contemporâneo e com o clássico. A partir desses caminhos, a realidade é transformada na ficção que se torna realidade outra vez.

Atualmente, o projeto Tubo de Ensaios está na sua décima sétima edição anual, a qual reúne em média 100 pessoas entre artistas, pesquisadores, estudantes de graduação, pós-graduação de diversas áreas de conhecimento da Universidade e técnicos administrativos, constituindo um evento mobilizador, agregador, caracterizando-o como uma proposta interdisciplinar, que ocupavam os alas sul e norte e áreas comuns de laboratórios, salas de aula, da comunidade acadêmica misturando-se com o cotidiano de laboratórios de teatro, estava lá, um gigante tubo de ensaio comosto de uma multiplicidade de poéticas que dialogavam com os frequentadores e espaço físico promovendo um rompimento do status quo dominante no cotidiano universitário.

O Tubo retorna neste ano de 2020 com uma proposta temática de transcendência pela arte de novas possibilidades de interação artística e com objetivo de reconstruir a linha do tempo do projeto com depoimento de ex-integrantes, egressos da UnB e comunidade artística brasiliense em geral, para uma preparação de uma edição presencial e segura pós-pandêmica em que estamos protagonizando.

O Projeto Tubo de Ensaios  ainda funciona como um laboratório artístico, que desde sua criação proporciona encontros e  troca de saberes entre pessoas motivadas pela prática e a pesquisa da linguagem da performance em encontros anuais que promovem de forma interativa e poética a troca de experiências artísticas protagonizadas dentro do ambiente universitário,  mais especificamente no emblemático Minhocão da UnB e junto com ele segue Reivax X.

O Tubo de Ensaios caracterizado pela sua grandiosidade e diversidade artística e humana, aproximou mais de 900 pessoas entre pesquisadores das artes cênicas, visuais, música, filosofia, ciências sociais, comunicação social, psicologia... artistas, estudantes de múltiplas áreas de conhecimento da graduação e pós-graduação, docentes e técnicos administrativos, bem como da comunidade externa constituída por artistas, estudantes, grupos populares e professores de arte de outras instituições públicas e privadas de Brasília e do Brasil.

O repertório do patrimônio cultural composto pelo conjunto de obras, resultante de sucessivos trabalhos de preparação coletiva para as mostras temáticas anuaís do Tubo de Ensaios, impulsionou a reflexão, o questionamento, e inquietação de um público estimado de mais de 15 mil pessoas durante todo o período de atuação dos coletivos com a sociedade brasiliense.

Diante do estado de isolamento social e de comemoração dos 20 anos de fundação do projeto, o Tubo de Ensaios, tem como objetivo nesta edição virtual, resgatar e preservar a memória institucional e de trazer à tona discussões sobre o papel da arte neste período de pandemia.

Neste sentido, estaremos constituindo a linha do tempo de um laboratório artístico que marcou gerações e promoveu conexões multiculturais entre a cidade e a universidade e que demanda de um registro histórico e reflexivo das contemporaneidades vivenciadas por quem as presenciou e participou enquanto audiência e atuante do fazer artístico nas catarses coletivas propiciadas pelo projeto.

Esta história não poderia deixar de ser escrita e registrada no percurso histórico da UnB. Teremos como proposição nesta edição do “Tubo Transcendental”, o resgate e a preservação da memória institucional do projeto coletivamente de promover o debate e a investigação de possíveis alternativas e ferramentas de interação com a arte, por meio de redes de comunicação virtual.

Ademais, pretendemos em um futuro próximo resgatar com segurança o convívio social, e a experiência real que permita a interação de nos vermos pessoalmente, de saborear e sentir os aromas da vida e nos tocarmos e experimentar mais uma vez uma catarse coletiva, que possibilite a empatia e a alegria do convívio social e que provoque a reflexão sobre o tempo, o espaço e a sociedade em sua amplitude de momento mundial de isolamento social.

Para finalizar esta auto apresentação, gostaria de compartilhar uma  mensagem do ex- reitor José Geraldo de Sousa Júnior em ocasião de homenagem que receberei durante a semana universitária pelo projeto UnB nos 60 anos de Brasília no projeto do CEAM Histórias Cruzadas – a Universidade e a Cidade que homenagearam a  pessoas que tiveram na sua trajetória de vida esse cruzamento entre a cidade e a universidade.

“Uma das atribuições  mais importantes numa universidade completa, democrática, inclusiva,  é  a dimensão  cultural, para criar um ambiente sensível, acolhedor, que contribua para uma convivência mais harmoniosa e feliz entre os membros de sua comunidade ativa, principalmente os servidores, os docentes e os estudantes. Essa é a atribuição de animação  cultural dos campi. Na UnB, desde a redemocratização houve atenção para essa função.  No meu Reitorado ela foi essencial para realizar a condição de acolhimento e isso graças à competência, criatividade e inteligência de Magno Assis. Foi um capítulo destacado da gestão, com mostras relevantes para a UnB e para a cidade. Intervenções  como o clássico Tubo de Ensaios, o Festival Universitário de Música Candanga, se destacam entre outras produções que se reuniram todas no FLAAC 2012, o Festival Latino-Americano e Africano de Arte e Cultura. Magno e seu alter ego performático Reivax X, encarnam essa dimensão  sensível que, pode-se dizer, é a alma da UnB.”

Não sou mais aquele menino de 15 anos, estudante secundarista, que em 1979 morria de vergonha de fazer um papel de figurante numa peça de teatro do Colégio Agrícola como aluno interno, e fugia para se aventurar pelo sol no cerrado matando aulas e ao final reprovado, mas um lugar de profundo aprendizado, fui para um curso técnico de Análises Químicas, desisti, muito técnico, depois Desenho Industrial, gostei também mas finalizei como Técnico Administrativo, quando terminei minha saga de secundarista e trabalhador em 1983, mas acho que ainda o sou, quando entro neste jogo, nesta interface, neste caminho de descobertas, surpresas e transposições, experimentações para um planejamento e hipóteses que porventura virão e que com absoluta convicção: que seja útil para a busca de soluções para conflitos sociais, de convivência harmônica, da luta de classes, mas uma luta lúdica, louca, às vezes sem sentido, mas nunca sem perder a empatia e a interação entre os indivíduos  e as cidades. A liberdade juvenil de matar aulas e me perder pelo cerrado, com a fauna, a flora e alguns humanos de vez em quando para alegrar o percurso.

Dedico-me a continuar a velha história da infância, juntar pessoas, organizar eventos, tecer redes, especular e praticar a arte cotidiana no meu dia-a-dia.

E a pesquisa a qual me debruçarei e apresentei ao Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UnB intitula-se:

“Reivax X., vagabundo à deriva por inter-caminhos x.: os sociais,cômicos, verídicos e amorosospara a sobrevivênciada personagem e do artista”, descritos acima.

Imagens e vídeos  ilustrativa:

 

https://www.youtube.com/watch?v=F_nUMBjKYFk

https://hemi.nyu.edu/hemi/fr/enc13-urban-interventions/item/2038-enc13-magno-assis-reivax/2038-enc13-magno-assis-reivax

https://hemisphericinstitute.org/pt/enc13-urban-interventions/item/2038-enc13-magno-assis-reivax.html

https://www.youtube.com/watch?v=3jgjDE-XCH4

https://www.youtube.com/watch?v=DR6KqA6quU8

https://www.youtube.com/watch?v=o06v50kfqbY

https://www.youtube.com/watch?v=wVnZYm8t9A8

https://www.youtube.com/watch?v=9WS0mjyXeXM

 

Blog do personagem:

www.reivaxx.blogspot.com

Blog do Projeto Tubo de Ensaios:

www.tubodeensaiosunb.blogspot.com

Instagram:

Do personagem:

#reivax_x_ 

Do artista:

 #magnoveetasmito

...e muitas revisas, fotos analógicas  e digitais, matérias jornalísticas de cultura, fitas VHC, DVDs, Fitas K-7, CDs, disquetes, HD’s, blocos de anotações,livros e vinis para ilustrar esta longa historia que estão sendo organizadas.

 

 


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Exercício I - Estudo de Textos Acadêmicos - Fernanda Pimenta

AUTOAPRESENTAÇÃO - Meimei Bastos

ENTREVISTA com Maku Fanchulini e Pepa Plana - por Fernanda Pimenta